THIAGO NOVAES
DO REPÓRTERMT
Um menor foi apreendido em flagrante pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), nesta quinta-feira (22), em Cuiabá, por armazenar material pornográfico infanto-juvenil. Ele foi alvo da Operação Infância Segura.
Conforme o delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Fachinelli, o menor baixava e armazenava esse tipo de conteúdo desde o fim do ano de 2024. Fachinelli também fez um alerta aos pais e cobrou que haja uma maior vigilância em relação ao conteúdo que os filhos acessam na internet.
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“Os pais precisam ter essa vigilância constante. Criança e adolescente não têm direito à intimidade. Quer ter privacidade, intimidade, tem que pagar sua internet, tem que ser dono do nariz. Enquanto não pagar sua internet, não é dono do nariz; é pai e mãe que falam qual é o nível de privacidade”, disse.
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Fachinelli destacou que os pais do menor apreendido ficaram “extremamente assustados” ao se depararem com a situação.
“O adolescente na hora que percebeu a situação ele falou: ‘Não, vieram atrás de mim, pai’. Os pais se assustaram, mas se tivesse uma vigilância constante em relação ao que o filho a isso, sobre o que o filho tá acessando na internet, limitando o conteúdo, não deixando esse adolescente ter privacidade, talvez não teriam tomado esse susto hoje”, afirmou o delegado.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão domiciliar, nas cidades de Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Barra dos Garças e Primavera do Leste.
O delegado reforçou que o menor e os demais alvos da operação baixavam esses arquivos contendo pornografia infantil desde o fim de 2024 e que a conexão entre eles está na ferramenta utilizada para baixar os conteúdos.
“Todos eles utilizavam a mesma ferramenta para reproduzir o conteúdo em datas próximas, demonstrando ali que tinha um modus operandi parecido. Então a partir disso a gente aprofunda as ações e deflagra a operação”.
Segundo Fachinelli, após as apreensões, a operação deve se desdobrar em novas fases para investigar se há uma rede produção desse tipo de conteúdo no Estado.
“O próximo passo é tentar identificar se tem um núcleo de produção de conteúdo aqui no Estado e, a partir disso, representar por prisões e outras medidas cautelares futuras. Então, provavelmente, a gente vai ter um desdobramento da Infância Segura”, finalizou.
Operação Infância Segura
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, nesta quinta-feira (22) e tem como foco a repressão qualificada dos crimes de armazenamento e compartilhamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
A ação é realizada por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) e da Coordenadoria de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Vulneráveis. Os alvos foram identificados a partir de investigações iniciadas em parceria com o Cyberlab da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso.
Os levantamentos indicaram o uso de redes de compartilhamento para disseminação de arquivos com conteúdo de abuso sexual infantil. Durante a apuração, foi possível vincular os dados coletados a usuários localizados nos municípios em que as ordens judiciais são cumpridas.
Com base nas investigações, a Polícia Civil representou pelos mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal, com autorização para acesso e análise de dispositivos eletrônicos e dados armazenados em nuvem.