APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O laboratório Bioseg - Saúde e Segurança do Trabalho fraudou todos os laudos e exames médicos de uma criança de 5 anos que morreu em dezembro passado em Cuiabá. A informação foi revelada pelo delegado Rogério Ferreira em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15).
“As investigações apontaram situações gravíssimas, como por exemplo, de uma menina de 5 anos de idade, vítima de um acidente no interior do estado e que ficou internada em Cuiabá, depois passou para tratamento em homecare e que ex-funcionários dessa rede de laboratórios disseram que todos os laudos, todos os exames que essa criança fez, foram falsificados pelos sócios da empresa”, disse o delegado.
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“Essa criança veio a óbito em dezembro de 2024, não há uma correlação ainda entre o fato de os laudos terem sido falsificados e o falecimento, já que o estado dela era grave, mas isso não deixa de dar uma gravidade à conduta dos sócios da empresa”, acrescentou o delegado.
A BioSeg foi alvo da Operação Contraprova, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (15). A rede de laboratórios prestava serviços para a Prefeitura de Cuiabá e foi contratada na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em dezembro de 2021. A rede de laboratórios é acusada de fraudes e falsificação de exames laboratoriais, inclusive de exames de doenças como sífilis e HIV.
As irregularidades foram descobertas em abril deste ano, já na gestão Abilio Brunini (PL), após denúncia da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá, que apontou a suspeita de que o laboratório não realizava as análises das amostras coletadas e ainda assim emitia laudo.
Durante fiscalização, foi encontrada uma coleta de sangue sendo feita para um paciente que foi encaminhado ao laboratório pela Prefeitura. Contudo, o laboratório não possuía nenhum equipamento em funcionamento para a realização dos exames. No local, foram encontradas ainda amostras de sangue armazenadas de forma inadequada.
Na época, o responsável técnico, que também é biomédico, foi preso em flagrante e o laboratório foi interditado. Ele tentou explicar dizendo que as amostras de sangue eram enviadas para outro laboratório terceirizado, mas não conseguiu provar.