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Cuiabá, 21 de Outubro de 2025
21 de Outubro de 2025

21 de Outubro de 2025, 14h:20 - A | A

POLÍCIA / ROUBOU DADOS

Hacker de 23 anos invadiu sistema da Polícia Civil em Mato Grosso

O objetivo dele era fazer com que veículos furtados ou roubados fossem "esquentados" e tivessem seus sinais identificadores adulterados para simular uma situação de regularidade, facilitando sua reinserção no mercado

DO REPÓRTERMT



Um jovem identificado como Danilo Dias, 23 anos, conhecido como “Ganso”, é acusado de invadir o sistema da Polícia Civil de Mato Grosso para roubar dados de chassis de carros apreendidos. O objetivo era fazer com que veículos furtados ou roubados fossem "esquentados" e tivessem seus sinais identificadores adulterados para simular uma situação de regularidade, facilitando sua reinserção no mercado. Ele foi alvo da terceira fase da Operação Código Seguro, deflagrada hoje (21.10). 

Segundo o delegado Gustavo Godoy, o hacker não possui formação na área de tecnologia e aprendeu a acessar sistemas por meio de tutoriais disponíveis na internet. O delegado também explicou que o jovem conseguiu entrar no sistema da PJC após conseguir acesso ao login de um servidor da PJC.

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“Ele não tinha nenhuma formação na área, ele é autodidata. Ele nos informou em entrevista, no dia do comprimento da primeira fase da operação que ele aprendeu tudo através de tutoriais da internet e vídeos no youtube. Ele não tem nenhuma formação, só tem o ensino fundamental completo.”, afirmou o delegado.

Segundo a Polícia Civil, o mandado de prisão foi cumprido na Penitenciária de Cascavel (PR). O jovem já havia sido detido há cerca de um mês em Toledo, após comprar camarotes e combos de bebida com cartões falsos.

“Sem nenhuma experiência, não tinha passagem policial nenhuma de classe média baixa, uma pessoa comum. Não tinha nenhuma formação, não era alguém que tinha um grande conhecimento de informática. Ele aproveitou desses grupos de Telegram, de WhatsApp e de tutoriais de youtube para poder agir dessa forma ilícita.", completou.

O esquema

O jovem fazia parte de um grupo que atuava em diversos eixos. O primeiro identificado pela Polícia consistia na manipulação de informações veiculares por meio da aquisição de credenciais de acesso a sistemas governamentais restritos, com o fim de obter dados confidenciais de chassis, motores e placas de veículos.

O propósito da coleta indevida de dados era fazer com que veículos furtados ou roubados fossem "esquentados", ou seja, tivessem seus sinais identificadores adulterados para simular uma situação de regularidade, facilitando sua reinserção no mercado.

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Porém, com o avanço das investigações foi possível identificar que a rede criminosa atuava em diversos tipos de fraudes e crimes cometidas por meios virtuais como clonagens de cartões de crédito, comércio de dados, operados  por meio de sites específicos ligados ao grupo e canais do Telegram e grupos de  WhatsApp.

Além disso, a investigação apontou o uso de plataformas de apostas esportivas e corretoras de criptomoedas como meios para reintroduzir os valores no mercado formal, simulando ganhos lícitos. As atividades criminosas se estendiam a fraudes contra serviços específicos, como aplicativos de transporte (99, Uber) e empresas de recarga de celular (RecargaPay), onde cartões clonados ou gerados eram empregados para obter serviços de forma indevida.

Mandados

Foram cumpridos na operação 48 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça do Juiz de Garantias de Cuiabá com base em investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI). 

Dentre as ordens judiciais estão sete mandados de prisão, 15 de busca e apreensão, 15 de afastamento telemático, três retiradas de sites do ar, sete retiradas de canais do Telegram, uma retirada de grupo de WhatsApp e sequestro de valores no valor de mais de R$ 5,9 milhões. 

Todos os  mandados são cumpridos fora do estado de Mato Grosso, sendo identificados alvos em nove estados do país. As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de  São Paulo (SP), Francisco Alves (PR), Fortaleza (CE), Riachão (MA), Cabo Frio (RJ), Jaraguá do Sul (SC), Lauro de Freitas e Apuarema (BA), Manaus (AM), Coronel Murta (MG).  

As investigações, coordenadas pelos delegados Gustavo Godoy Alevado e Guilherme Rocha e que levaram à identificação do grupo criminoso iniciaram no ano de 2023, após acessos indevidos a sistemas policiais, por meio de  credenciais (senhas) vazadas. As duas fases anteriores da operação Código Seguro foram realizadas em julho e novembro de 2024.

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