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Cuiabá, 13 de Setembro de 2025
13 de Setembro de 2025

07 de Janeiro de 2015, 21h:03 - A | A

POLÍCIA / AINDA SOLTO

Delegado pede prisão de motorista e aguarda decisão da Justiça; acusado é autuado por 6 crimes

Fábio de Mello foi autuado por homicídio, lesão corporal, entregar bebidas a menores, fuga, omissão de socorro e fraude processual. Ele atropelou e matou ciclista no dia 31/12

JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO



Fábio de Mello, de 29 anos, que atropelou e matou o esportista e empresário José Eduardo de Carvalho, de 59 anos, no dia 31 de dezembro de 2014, na Estrada da Chapada, foi autuado por homicídio no trânsito, lesão corporal, entregar bebidas a menores, fuga, omissão de socorro e fraude processual, pelo delegado Romildo Grota Júnior, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito.

Porém, após o depoimento, realizado nesta quarta-feira (7), ele foi solto, pelo menos até que a Justiça acate o pedido de prisão preventiva, feito por Grota Júnior.

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Em entrevista a imprensa, Fábio de Mello, negou que estivesse dirigindo bêbado no momento do atropelamento. Segundo ele, o carro invadiu o acostamento, atingido os ciclistas, no momento que foi mexer no aparelho de som do veículo. “Estava a 80 km/h quando, em um momento de distração, tirei o olho da pista e atropelei os ciclistas. Não parei para socorrê-los porque fiquei com medo de ser agredido pelos outros ciclistas”, destacou.

Já o delegado Grota Júnior rebateu a argumentação de Fábio, dizendo que ouviu testemunhas que disseram ter visto o motorista bebendo momentos antes da tragédia. “Nesta quarta-feira (7), ouvimos duas pessoas que disseram ter visto ele (Fábio) bebendo em uma festa”, explicou.

A menor que estava com Fábio no carro, no dia da tragédia, também foi ouvida pelo delegado. Mas o depoimento dela não foi divulgado. "A segunda passageira está em Cáceres (240 km de Cuiabá), por isso, ainda vamos requisitar a presença dela aqui, para tomarmos o depoimento", falou Grota Júnior.

OMISSÃO DE SOCORRO

Fábio disse que fugiu pela região do Coxipó do Ouro, deixando as duas moças e o amigo, Holiver Guilherme, de 24 anos, na casa delas. “Em seguida, deixei o carro na minha casa (no bairro Jardim Leblon, na capital) e fiquei andando pela cidade, dormindo em hotel”, explicou numa clara intenção de fugir do flagrante. 

Sobre a descaracterização do carro, para o veículo não ser identificado, Fábio se limitou a dizer que, apenas, tirou o vidro da frente, que estava todo trincado. Ele não soube explicar porque teria trocado as rodas do veículo.

CARRO LOCALIZADO

Ontem (06), o pai de Fábio foi até a delegacia depor sobre o ocorrido. Benedito de Souza admitiu que o filho estava dirigindo a Saveiro preta, que provocou a morte do esportista.

Em entrevista ao RepórterMT, o pai disse que encontrou o carro na casa do filho com um amassado na frente. Ele disse que Fábio estava em companhia de Holiver Guilherme, de 24 anos, e mais duas moças. A saveiro é de cabine estendida. Ainda segundo Benedito, o filho não teria bebido momentos antes do acidente, mas Holiver, sim. 

RepórterMT

bandido

Fábio confessou o crime

O ATROPELAMENTO

Uma das vítimas do aciente, Diogo Azevedo contou ao RepórterMT, com exclusividade, como foi a tragédia que ocorreu a 1 km do Coxipó do Ouro.

Diogo disse trafegava a cerca de 40 km/h, quando sentiu um tranco. Já que José Eduardo, foi o primeiro a ser atingido pelo carro, sendo jogado a vários metros e batendo a cabeça no chão.  "Eu fiquei desacordado por 30 segundos. Eu fui para cima e bati as costas", observou. Azevedo também comentou que o motorista do carro não chegou a frear antes de atropelar o trio de ciclistas.

Ao acordar, Diogo viu que José Eduardo ainda estava vivo. "Ele estava desacordado, mas tinha pulso", apontou. Várias pessoas que passavam pelo local pararam para ajudar.

Segundo Diogo, rapidamente, Valdeci fez massagem cardíaca no ciclista, que estava inconsciente. "Pareceu começar a respirar. 5 minutos depois o Samu chegou. Eles (socorristas) foram direto nele, mas logo vieram me atender. E quando estava na ambulância, o enfermeiro socorrista me disse que ja havia falecido", relatou.

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Ciclista que também foi atropelado contou tragédia ao RepórterMT

CARREIRA VENCEDORA

Apaixonado pelo ciclismo e profissionalizado há seis anos, o presidente da Federação Mato-grossense de Ciclismo, Emanuel Lima, contou ao RepórterMT, que José Eduardo, era o 14º do Ranking Nacional, além de já ter ganho três provas, sendo o segundo colocado em duas etapas do Campeonato Brasileiro.

“Ele havia se profissionalizado há seis anos. E desde então, vinha competindo em várias provas organizadas pelo Confederação Nacional de Ciclismo. Como a temporada deste ano não foi muito boa, ele havia descansado o mês de novembro e vinha treinando em dezembro, em um ritmo forte para as provas de 2015”, explicou. Quando foi atropelado José Eduardo realizava um treino de 80 km de distância para uma prova na França, chamada Le’ Tape, que ocorrerá em julho deste ano. 

Segundo o presidente da Federação, o caso não foi um acidente e sim um crime. “Com certeza esse motorista que fugiu estava trafegando em alta velocidade ou bêbado. Porque o atropelamento ocorreu em um trecho duplicado da MT – 251, além do acostamento, onde os ciclistas estavam, ter um espaço significado”, falou.

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Ciclista já havia ganho etapa de campeonato nacional.

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