DO REPÓRTER MT
A defesa de Luiz Eduardo Figueiredo Rocha Silva, acusado de matar o morador de rua Ney Müller Alves Pereira com um tiro no rosto, pediu na Justiça a reprodução simulada dos fatos ocorridos no dia do homicídio, que aconteceu no dia 9 de abril, em Cuiabá. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), por meio da 21ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá, se manifestou contra o pedido, alegando que não há necessidade de reconstituir um crime que foi filmado.
O parecer foi assinado nessa quinta-feira (22) pelo promotor de Justiça Samuel Frungilo.
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“No presente caso, é totalmente desnecessária e infundada a reprodução dos fatos, sobretudo porque o crime foi gravado pelas câmeras existentes no local, cujas imagens são claras, tornando possível concluir exatamente como o fato se deu. Anoto que a defesa sequer esclareceu os elementos justificadores para a realização da diligência", diz trecho da manifestação.
Para o promotor, o requerimento da defesa tem como único intuito atrasar o andamento processual. “Vale dizer: no caso concreto, a reconstituição do crime mostra-se impertinente e protelatória, razão pela qual deve ser indeferida.”
Conforme a denúncia do Ministério Público, recebida pela Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá, o homicídio foi motivado por um "vil sentimento de vingança". O crime também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi surpreendida e morta de forma inesperada, sem qualquer chance de reação.
O caso
Ney Muller foi morto com um tiro na cabeça na noite do dia 9 de abril, na calçada da Avenida Edgar Vieira, no bairro Boa Esperança, ao lado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele foi baleado por Luiz Eduardo, que trafegava pela região em uma caminhonete Land Rover.
Ao avistar o morador de rua, Luiz chamou a vítima para próximo do carro, momento em que ele se aproximou do veículo e o procurador atirou. Após o disparo, o motorista fugiu em alta velocidade sentido Avenida Fernando Corrêa da Costa.
De acordo com o delegado Edison Pick, que é responsável pelo caso, o crime foi motivado porque, pouco antes do assassinato, a vítima teria danificado o carro do ex-procurador. Após o episódio, ele foi exonerado do cargo que ocupava na Assembleia Legislativa.
A defesa do procurador já pediu a liberdade dele, mas o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já negou o pedido duas vezes.
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