FERNANDA ESCOUTO
APARECIDO CARMO
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) revelou nessa terça-feira (28) que decidiu deixar de acompanhar o processo judicial que apura o feminicídio de sua filha, Raquel Cattani, morta a facadas em julho de 2024, em Nova Mutum (239 km de Cuiabá). Segundo o parlamentar, a demora da Justiça o levou a perder as esperanças em relação ao desfecho do caso.
Raquel foi assassinada a mando do ex-marido, Romero Xavier. A jovem foi atacada com 34 facadas. O autor do crime é Rodrigo Xavier, ex-cunhado da vítima.
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“Eu desisti, eu nem estou acompanhando mais. Eu sou bem sincero, não existe justiça no nosso país, não existe justiça”, disse Cattani à imprensa.
“Eu não quero saber, deixa o cara lá. Se ele vai ser condenado ou não vai, eu não quero mais saber”, completou.
Apesar da desesperança, o deputado disse que pretende comparecer ao julgamento, mas devido a um pedido da esposa.
“Eu vou porque a Sandra pede muito. Por mim, nós largávamos mão. A guarda dos meninos ainda está indefinida, faz quase dois anos praticamente, e o inventário da Raquel até hoje não foi decidido”, desabafou.
Cattani revelou indignação pela forma como foi convocado para depor durante as investigações. Ele conta que foi notificado sob ameaça de condução coercitiva.
“Nos chamaram assim: se você não for, vai ser coercitivo, vai na marra. E quando fomos dar o depoimento, os marginais estavam lá olhando a gente dar o depoimento. Mas nós não podíamos ouvir o que eles vão falar”, pontuou.
"Está tudo errado, nosso país está tudo errado na questão judicial [...] A nossa legislação é muito branda”, destacou.
Cattani finalizou que espera somente em Deus, justiça pela morte da filha.
“Não é que eu desista de ver justiça pela minha filha, mas vou esperar em Deus, porque aqui na Terra realmente não tem”, concluiu.
















