VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) atestou que Daniel Bennemann Frasson, que assassinou a esposa Gleici Keli Geraldo de Souza e esfaqueou a filha de sete anos, é inimputável devido a um quadro de depressão. O crime aconteceu em junho deste ano, em Lucas do Rio Verde (a 333 km de Cuiabá). A mulher foi atacada com 16 facadas enquanto dormia, não resistiu aos ferimentos e morreu. Já a criança foi atacada com oito facadas, quatro no peito e quatro nas costas, foi socorrida, passou 22 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sobreviveu, mas vive com sequelas físicas e psicológicas.
Agora que foi declarado inimputável, ele será isento da pena de prisão, mas submetido a medidas de segurança, como internação e tratamento psiquiátrico.
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Nas redes sociais, a filha mais velha de Gleici Keli, Caroline Fernandes, questionou o laudo.
“Como alguém que se formou, que trabalhava, que já teve carteira assinada, quem tem ou CNPJ (ou tinha até então), que já tirou passaporte, que dirigia, que fazia todas as atividades rotineiras possíveis, pode ser dito como ‘mentalmente insano’?”, disse a jovem, que era enteada do feminicida.
“Às vezes parece uma piada de muito mau gosto”, completou.
Ela ainda classificou os crimes como atos de “maldade, crueldade, egoísmo e inveja” e rejeitou a alegação de “doença mental”.
“Como alguém ‘incapaz de compreender o que estava fazendo no momento dos fatos’ abraça a própria filha pedindo desculpas por ter assassinado a mãe dela, enquanto ela dormia ao lado, e a apunhala com quatro facadas nas costas, deita ela e desfere mais quatro no peito? Como alguém em surto manda mensagem para o irmão contando o que fez? Conversa no telefone?”, questionou.
Caroline também demonstrou indignação com alegações de que o assassino estava em surto psicótico e tomava remédios, como Ozempic, usado para emagrecimento.
O pedido de instauração de incidente de insanidade mental partiu da defesa de Daniel Frasson, que alegou ter, além de sintomas de depressão, perda de contato com a realidade e crises de síndrome do pânico.
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Relembre o caso
A empresária Gleici Keli, de 42 anos, foi assassinada com 16 facadas pelo marido, o engenheiro agrônomo Daniel Bressan, na manhã do dia 24 de julho, em Lucas do Rio Verde.
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Após matar a esposa, o assassino atacou a própria filha, de sete anos, com oito facadas. Ela foi socorrida em estado grave e teve que ser transferida para um hospital de Cuiabá, onde passou 22 dias internada na UTI.
Após atacar as vítimas, Daniel deu uma facada no próprio abdômen, em uma suposta tentativa de suicídio. Ele foi socorrido, passou por cirurgia e foi preso após receber alta médica.
Nas redes sociais, Caroline Fernandes, que agora detém a guarda da irmã, disse que a criança ficou com sequelas tanto físicas quanto psicológicas.
Segundo a jovem, a menina tem medo de dormir sozinha e pede para guardar os talheres da casa antes de dormir. Ela segue fazendo acompanhamento psicológico, psiquiátrico, neurológico e nefrológico, toma medicação controlada e ficou com sequelas motoras que a obrigaram a reaprender a comer e andar.
Caroline contou ainda que, após os crimes cometidos pelo padrasto, ficou abalada a ponto de perder 10 kg, o emprego, a casa, além de assumir diversas responsabilidades, como o cuidado da irmã.
Laudo
O laudo que atestou a sanidade mental de Daniel Frasson é um documento que determina a inimputabilidade dele, ou seja, a incapacidade legal de ser punido pelo crime devido a uma doença mental.
Significa que peritos entenderam que o feminicida não conseguia compreender que estava cometendo um crime enquanto esfaqueava a esposa e a filha, ou se determinar de acordo com esse entendimento.
A inimputabilidade o isenta da pena de prisão, mas não o livra de ser submetido a medidas de segurança, como tratamento psiquiátrico e internação.


















