MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
Alvo da Operação Grãos de Ouro, comandada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o casal de empresários cuiabanos, Victor Augusto Saldanha Britche e Flávia de Martin Teles Birtche, será ouvido pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso, ainda esta semana.
Os dois são donos da Efraim Agronegócio e estão presos desde quarta-feira (08), acusados de participar de esquema de sonegação de impostos, que teria lesado os cofres públicos do Estado de Mato Grosso do Sul em R$ 44 milhões.
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As fraudes teriam ocorrido em comercialização de soja.
Os depoimentos foram confirmados pelo advogado Valber Melo, que faz defesa dos empresários. Ele explicou que o Ministério Público ainda entrará em contato informando a data exata, o local e o horário dos interrogatórios.
“A gente descobriu que tem mais processos. Eles só forneceram uma parte e agora que estão começando a ouvir as pessoas [investigados], então estamos esperando as oitivas”, detalhou o advogado.
“O que nós sabemos é que vai ser nesta semana, só não sabemos o dia exato”, enfatizou Melo.
Ele ressaltou que a defesa ainda não está se manifestando diante das acusações, pois teve apenas acesso à parte dos autos do processo, que ocorre em segredo de Justiça.
“A gente descobriu que tem mais processos. Eles só forneceram uma parte e agora que estão começando a ouvir as pessoas [investigados], então estamos esperando as oitivas”, detalhou o advogado. Melo acrescentou que o casal teve parte dos bens bloqueados pela Justiça, no entanto não deu detalhes sobre valores.
A operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso do Sul. Mas Melo acredita que Victor e Flavia serão ouvidos pelo MPE de Mato Grosso, já que os dois ainda permanecem no Estado.
Victor ainda está preso no Centro de Custódia da Capital (CCC), desde que a operação foi deflagrada. Já Flavia saiu da cadeia e cumpre prisão domiciliar por ela precisar cuidar de três filhos menores de idade. Ela saiu do presídio feminino Ana Maria do Couto, em Cuiabá, na sexta-feira (09).
O casal foi preso pelo Gaeco no condomínio de luxo Alphaville. Também houve o cumprimento de mandados de busca e apreensão de documento na sede da Efraim, que fica no edifício SB Tower, na Capital.
A fraude é investigada pelo MP que já cumpriu 32 mandados de prisão e 104 de busca e apreensão, nos estados de Mato Grosso Sul, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Minas Gerais.
O esquema
Segundo o MPE, as empresas emitiam notas frias para a saída de grãos de soja que eram comercializados em fazendas no Mato Grosso do Sul.
Os promotores destacam ainda que organização criminosa atuava em cinco núcleos, que envolviam corretores de venda de grãos, empresários e servidores públicos. Os corretores, por exemplo, atuavam para captar os comerciantes de fora do estado (MS) para a venda do produto. As pessoas que compravam a soja não tinham conhecimento do esquema
O produto era vendido principalmente em São Paulo. No entanto, as notas eram emitidas como se os grãos ficassem dentro de Mato Grosso Sul, o que livrava os comerciantes do pagamento de tributos, principalmente da cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
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Davi 14/08/2018
Muito amigos do Taques, não vai dar em nada. Vagabundos são os servidores, não é governador!????
1 comentários