RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), juntamente com ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, sob acusação de fazerem empréstimos fraudulentos por meio da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Tadeu Energética e o BicBanco.
As denúncias são as primeiras provenientes da delação premiada do ex-superintendente do BicBanco, Luis Carlos Cuzziol, com o MPF. A íntegra do acordo de Cuzziol segue em segredo de justiça.
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De acordo com Ministério Público Federal, o representante da São Tadeu Energética à época era Mauro Carvalho. Na denúncia constam trechos da delação de Cuzziol apontando o envolvimento do atual secretário com Eder Moraes.
Na mesma denúncia, a procuradora pede o bloqueio de bens de Eder e Mauro Carvalho no total de R$ 1,3 milhão.
O ex-superintendente aponta que Mauro e Eder estiveram em São Paulo para uma reunião com o então presidente do BicBanco, José Bezerra de Menezes.
“Que posteriormente a essa reunião, o declarante conversou diretamente com o presidente do BICBANCO, JOSÉ BEZERRA DE MENEZES, e deste recebeu a informação de que a reunião teria ocorrido e que o BICBANCO realizaria a operação de empréstimo em favor da empresa SÃO TADEU ENERGÉTICA”. Tal empréstimo teria sido feito de forma fraudulenta.
Em outro ponto, a denúncia do MPF acrescenta que Mauro Carvalho teria usado a PCH para receber, junto com Eder, quatro cheques que totalizaram o valor de R$ 477.400,00. Além de outros vários repasses a mando de Eder Moraes.
“Assim, verifica-se que a empresa SÃO TADEU ENERGÉTICA, administrada por MAURO CARVALHO JÚNIOR, foi utilizada para receber, de forma habitual, valores provenientes de operadores financeiros que realizavam depósitos por ordem do denunciado EDER DE MORAES DIAS”, consta na denúncia.
Os repasses seriam provenientes de crimes como corrupção passiva, peculato e operar instituição financeira sem autorização do Banco Central.
O documento foi assinado pela Procuradora da República Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani, em junho deste ano. Ela cita outras condenações de Eder Moraes, que também foi secretário da Casa Civil, por ter montado o esquema de desvio de dinheiro enquanto estava no Governo em favor de um grupo político.
Na mesma denúncia, a procuradora pede o bloqueio de bens de Eder e Mauro Carvalho no total de R$ 1,3 milhão.
Outro lado
O entrou em contado com a defesa do secretário Mauro Carvalho, que informou não ter sido notificado do oferecimento da denuncia e que vai se pronunciar em momento oportuno.