RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendeu ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o desmembramento do inquérito que investiga possível envolvimento do governador Pedro Taques (PSDB) no caso das interceptações telefônicas ilegais, que ficou conhecida no Estado como "grampolândia pantaneira".
Com a decisão, apenas o governador continua sendo investigado pela Corte Superior devido à prerrogativa de foro privilegiado, os investigados como o ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques passarão a ser investigados pela Justiça de Mato Grosso.
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No pedido ao ministro, o órgão ressaltou que as denúncias contra o governador de ser autor intelectual do esquema precisam de melhor apuração. Citam ainda possível participação do tucano, na fraude ocorrida no setor de protocolo do ofício elaborado pelo ex-secretário Mauro Zaque, que comunicava o governador sobre as interceptações telefônicas ilegais ocorridas no âmbito da Polícia Militar.
“No contexto em que ocorrida a falsificação, não pode ser descartada, por ora, a hipótese investigativa segundo a qual as condutas seriam também atribuíveis a Pedro Taques, enquanto autor intelectual, e teriam por finalidade ocultar eventual omissão de sua parte na apuração dos graves fatos então levados ao seu conhecimento”, frisa o Ministério Público na manifestação.
Grampos ilegais
O caso dos grampos veio à tona, após denúncia do ex-secretário de Segurança e promotor de Justiça Mauro Zaque que policiais militares e integrantes da cúpula do Governo do Estado bisbilhotavam políticos, empresários, juízes e jornalistas. Para conseguir autorização judicial, os números eram anexados a uma lista para interceptação de pessoas investigadas por tráfico de drogas na Comarca de Cáceres. O esquema é conhecido como “barriga de aluguel”.
Donos
O cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior confessou sua participação nas interceptações telefônicas ilegais e afirmou que Paulo e Pedro Taques eram os “donos” do esquema.
Gerson afirmou ainda que foi convocado pelo coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante da Polícia Militar, parar participar de um projeto que investigaria policiais militares com o intuito de “limpar” a instituição, em 2014. Logo depois, o coronel teria pedido ao cabo que o sistema fosse instalado em um local fora do prédio da PM, e Gerson então alugou uma sala comercial por R$ 1,2 mil.
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