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Cuiabá, 05 de Julho de 2025
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19 de Junho de 2024, 17h:00 - A | A

PODERES / PAU QUE DÁ EM CHICO...

Medeiros: Se for pela lógica que usaram com o Neri, o próximo a ser afastado tem que ser o Fávaro

Segundo o ministro, Neri foi exonerado por “prevenção” e para garantir a transparência nas investigações sobre o leilão do arroz.

FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT



Após o ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD) afirmar à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural que a exoneração de Neri Geller foi feita por “prevenção” e para garantir a transparência no governo, o deputado federal José Medeiros (PL) ironizou que Fávaro deve ser o próximo a abandonar o cargo.

Leia mais: Fávaro diz que demissão de Neri foi para prevenir conflito de interesses e que governo insiste na ideia de importar arroz

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O ministro foi convocado para prestar esclarecimentos, nesta quarta-feira (19), sobre o leilão do arroz, que acabou sendo anulado após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.

"Todo mundo que participou do edital do leilão deveria ser afastado"

Se for pela lógica de como o Fávaro falou hoje na comissão, ele será afastado em breve. Inclusive, já era para ter sido. Porque ele disse que a dinâmica do governo Lula é o seguinte: se houver qualquer indício, afasta a pessoa. Se ficar provado que não tinha nada, a pessoa volta”, ironizou Medeiros.

O escândalo é do ministério do Fávaro, quem fez o edital foi ele e mais alguns. Todo mundo que participou disso deveria ser afastado”, completou.

Neri foi exonerado da secretaria de Política de Agrícola após as irregularidades no certame virem a público, na última semana. Entre elas está a participação do ex-assessor dele como representante de empresas vencedoras do leilão bilionário. Robson Luiz de Almeida França foi assessor do ex-secretário, quando o mesmo era deputado federal, e é sócio do filho dele. Diante disso, o governo Lula decidiu pela demissão de Neri para evitar o "conflito de interesses".

"A exoneração de Neri não se trata de um juízo de valores ou de condenação. Não se trata de fazer julgamento, mas é a total liberdade que precisa ser feita para se investigar. Em hipótese alguma, um ato de condenação. A transparência dada para evitar conflito de interesse é parte do papel do poder público. Precisa ser investigado", disse Fávaro à comissão.

Irregularidades

O leilão suspenso pretendia comprar 263 mil toneladas de arroz no valor de R$ 1,3 bilhão. O governo federal resolveu importar arroz após a crise climática no Rio Grande do Sul, estado que é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas que já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.

As empresas de Robson Luiz de Almeida França, que foi assessor de Geller na Câmara dos Deputados entre 2019 e 2020, intermediaram a venda de 44% do arroz importado. França é sócio do filho de Geller, Marcelo Piccini Geller, na empresa GF Business, criada em agosto de 2023 e voltada para o agronegócio.

Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e Foco Corretora de Grãos são empresas criadas em maio de 2023 por Robson Luiz. Elas faturam comissões de corretagem em cima dos valores negociados no leilão, além de representarem três das quatro empresas que arremataram o certame.

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