MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE S. PAULO
O presidente Lula bateu o martelo e não vai sancionar o projeto de lei complementar aprovado em junho pelo Congresso que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais.
A coluna confirmou a informação com quatro ministros que despacham com o presidente no Palácio do Planalto.
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A tendência já era essa desde o início da discussão, quando o Congresso aprovou o aumento, como mostrou a Folha.
Auxiliares, no entanto, ainda tentavam convencer o presidente a sancionar, argumentando que seria um gesto para distensionar a relação do governo com o parlamento.
No fim de semana, o presidente sacramentou a decisão: não vai endossar a proposta.
Uma vez decidido que não vai sancionar o projeto para que ele se transforme em lei, Lula agora estuda dois cenários: vetar, ou simplesmente lavar as mãos e deixar que ele seja promulgado pelo próprio Congresso.
Lula já afirmou a ministros que quer vetar o projeto.
Nesta hipótese, o presidente não foge do assunto e faz um gesto de ampla popularidade: de acordo com o Datafolha, 76% dos brasileiros são contra o aumento no número de deputados.
O Congresso teria que derrubar o veto, passando por um novo desgaste.
Ministros contrários à ideia argumentam que, com isso, a indisposição do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos - PB), com o governo aumentará. Ele comandou a votação e defende com veemência o aumento no número de parlamentares.