MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O juiz Jorge Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, revogou a maioria das medidas cautelares, inclusive o uso de tornozeleira eletrônica, contra os investigados na Operação Esdras, que supostamente tentaram atrapalhar as investigações dos grampos ilegais operados pela alta cúpula da Polícia Militar de Mato Grosso. A decisão da revogação das cautelares ocorreu na segunda-feira (1°).
Foram beneficiados com a medida, os ex-secretários de Estado Paulo Taques (Casa Civil) e Rogers Jarbas (Segurança Pública), além do ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco; o tenente-coronel da PM, Michel Ferronato; a esposa de Lesco, Hellen Lesco; o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira; o cabo Gérson Correa Júnior e o sargento da PM João Ricardo Soller.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Na decisão, o juiz Jorge Tadeu manteve apenas duas medidas cautelares: o comparecimento bimestral em juízo e o comparecimento em todos os atos processuais do caso, entre eles as audiências de instrução.
O juiz argumentou que as medidas restritivas já não fazem mais sentido, já que houve troca de comando no Governo do Estado, principalmente com a saída do ex-governador Pedro Taques (PSDB), também investigado no esquema dos grampos. Dessa forma, os investigados já não teriam o poder no sentido de atrapalharem as investigações.
Os acusados tiveram os mandados de prisão decretados em setembro de 2017. Mas a situação foi revertida por meio das medidas cautelares.
Agora, com a revogação delas, os envolvidos que são concursados poderão voltar aos seus postos de trabalho, dentre eles o delegado de Polícia Civil Rogers Jarbas.
O juiz também revogou a medida que impedia que os réus falassem entre si. Argumentou que a restrição é ineficaz, já que Justiça não tem a estrutura devida para monitorar os acusados por 24 horas.
O caso tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi remetido à primeira instância em Mato Grosso devido à perda do foro privilegiado dos investigados.
Esdras
Os investigados teriam participado de uma suposta trama para afastar o desembargador Orlando Perri da relatoria do processo da chamada “grampolândia pantaneira”.
O caso foi descoberto após o tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que também participou da suposta ação criminosa, procurar a Polícia Civil e delatar o esquema de arapongagem contra o desembargador.
Lei mais
Ministro do STJ manda soltar todos os ex-secretários presos por grampos