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Cuiabá, 10 de Setembro de 2024
10 de Setembro de 2024

03 de Abril de 2019, 10h:00 - A | A

PODERES / GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Juiz revoga medidas cautelares de investigados na Operação Esdras

Coronéis e ex-secretários de Estado teriam atuando no sentido de atrapalhar as investigações

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O juiz Jorge Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, revogou a maioria das medidas cautelares, inclusive o uso de tornozeleira eletrônica, contra os investigados na Operação Esdras, que supostamente tentaram atrapalhar as investigações dos grampos ilegais operados pela alta cúpula da Polícia Militar de Mato Grosso. A decisão da revogação das cautelares ocorreu na segunda-feira (1°). 

Foram beneficiados com a medida, os ex-secretários de Estado Paulo Taques (Casa Civil) e Rogers Jarbas (Segurança Pública), além do ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco; o tenente-coronel da PM, Michel Ferronato; a esposa de Lesco, Hellen Lesco; o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira; o cabo Gérson Correa Júnior e o sargento da PM João Ricardo Soller. 

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Na decisão, o juiz Jorge Tadeu manteve apenas duas medidas cautelares: o comparecimento bimestral em juízo e o comparecimento em todos os atos processuais do caso, entre eles as audiências de instrução. 

O juiz argumentou que as medidas restritivas já não fazem mais sentido, já que houve troca de comando no Governo do Estado, principalmente com a saída do ex-governador Pedro Taques (PSDB), também investigado no esquema dos grampos. Dessa forma, os investigados já não teriam o poder no sentido de atrapalharem as investigações. 

Os acusados tiveram os mandados de prisão decretados em setembro de 2017. Mas a situação foi revertida por meio das medidas cautelares. 

Agora, com a revogação delas, os envolvidos que são concursados poderão voltar aos seus postos de trabalho, dentre eles o delegado de Polícia Civil Rogers Jarbas.  

O juiz também revogou a medida que impedia que os réus falassem entre si. Argumentou que a restrição é ineficaz, já que Justiça não tem a estrutura devida para monitorar os acusados por 24 horas. 

O caso tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi remetido à primeira instância em Mato Grosso devido à perda do foro privilegiado dos investigados.

Esdras

Os investigados teriam participado de uma suposta trama para afastar o desembargador Orlando Perri da relatoria do processo da chamada “grampolândia pantaneira”. 

O caso foi descoberto após o tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que também participou da suposta ação criminosa, procurar a Polícia Civil e delatar o esquema de arapongagem contra o desembargador.

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