VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
O adolescente de 14 anos, que matou os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna (RJ), e a adolescente de 15, que mora em Água Boa (630 km de Cuiabá), tinham o plano de matar todos os que impedissem o relacionamento deles.
Eles mantinham um namoro virtual há seis anos e conversas entre eles revelaram o plano de matar os pais dela também.
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“O plano desses jovens era se encontrar e provavelmente, pelo contexto dos diálogos, assim que ele chegasse em Mato Grosso, eles tentariam também matar os pais da adolescente (...) o objetivo final deles era ficarem juntos e matar todos aqueles que os impedissem de viver esse sonho de viver esse amor proibido” disse o delegado de Água Boa, Matheus Soares, responsável pelo caso.
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No dia 21 de junho, o menor de 14 anos matou a tiros o pai Antônio Carlos Teixeira, a mãe Inaila Teixeira e o irmão de 3 anos. Ele usou uma arma de fogo que estava registrada no nome do pai dele, que era autorizado a mantê-la como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Em seguida, ele jogou os corpos em uma cisterna da casa onde morava com a família.
Ao ser apreendido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, o menor contou que matou a família porque os pais o impediram de vir a Mato Grosso conhecer a namorada virtual dele, que ele conheceu aos 8 anos de idade em um jogo online. Durante depoimento, ele não demonstrou arrependimento e disse que cometeria o crime de novo se fosse preciso.
A adolescente de Água Boa foi localizada pela Polícia Civil de Mato Grosso e teve o computador apreendido. Após análise das mensagens, ficou constatado que ela tinha conhecimento dos assassinatos cometidos pelo namorado virtual dela.
Além disso, a polícia concluiu que ela agiu como uma influenciadora do crime, pois assistiu o menor matar os pais e o irmão dele por meio de videochamada.
“Há uma participação ativa dessa adolescente na execução dessa família”, destacou Matheus Soares.
Em um dos diálogos entre eles, após atirar no pai, o menor disse “atirei no meu pai”, momento em que ela respondeu “atira nela agora”.
O menor foi apreendido no Rio de Janeiro no dia 25 de junho. Já no dia 30 a menor foi apreendida em Água Boa. Ela será transferida para o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino, o antigo Pomeri, em Cuiabá.
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O crime
No dia 21 de junho o adolescente de 14 anos matou o pai Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos; a mãe Inaila Teixeira, de 37 anos e o irmão de 3 anos. Para mata-los, ele usou uma arma de fogo que havia em casa.
Após cometer o crime, o menino espalhou um produto químico no chão e arrastou os corpos até uma cisterna da casa, onde jogou os cadáveres.
Nos dias seguintes, parentes passaram a perguntar pelos pais e irmão do adolescente e chegaram a comunicar o desaparecimento à polícia.
Quatro dias depois, policiais foram até à casa do menino para realizar uma perícia e encontraram os corpos.
O menino confessou o crime e disse que assassinou a família porque os pais eram contra o relacionamento virtual que ele mantinha com a adolescente de Mato Grosso. Em clara demonstração de frieza, ele disse que não estava arrependido e que faria tudo de novo se fosse preciso.
Investigações apontaram que o adolescente estava pesquisando como receber FGTS de pessoas falecidas e já procurava um emprego em Água Boa.