DA REDAÇÃO
Uma perícia feita pela Polícia Federal em Mato Grosso concluiu que a transcrição do áudio em que o ex-chefe de Gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio César Araújo, é flagrado dizendo que falou apenas o que quis no acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) contém mudanças de significado, conteúdo e omissão de trechos da conversa.
No documento, que foi publicado com exclusividade pelo site HiperNotícias, na noite desta segunda-feira (30), a Polícia Federal observa que a transcrição não corresponde com a conversa gravada na casa de Sílvio pelo o ex-secretário de Minas e Energia do Estado, Alan Zanatta.
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"Alguns trechos, no entanto, da forma que foram transcritos - não correspondendo com as palavras proferidas por Sílvio - implicam razoável mudança de significado/sentido. Estes trechos foram destacados e encaminhados ao Setor Técnico Cientifico da Polícia Federal para transcrição, constam no laudo 747/2017-SETEC/SR/PF/MT", diz trecho do relatório do dia 10 de outubro, assinado pelo delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho.
O material foi apreendido durante busca e apreensão juntamente com outros documentos, durante a Operação Malebolge, na casa do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).
A PF sugere que no ponto em que Silvio fala da omissão de garimpo de sua propriedade, há ausência de trechos causando, possivelmente, equívoco. Ou seja, houve “mudanças de palavras a partir da transcrição feita pela perícia, alteração da interpretação dada à frase em destaque, desconstruindo a versão” do ex-chefe de gabinete.
Na parte em que supostamente Silvio fala que "só disse o que quis”, os investigadores da Polícia Federal apontam que ex-chefe de Gabinete, na verdade, afirmou: ‘falei algumas coisas que eu [fiz]".
O áudio apreendido tem 1 hora e 24 minutos, foi gravada no dia 28 de agosto e compõe a defesa do prefeito Emanuel.
Dinheiro no paletó
Em acordo delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa afirma que o vídeo de Emanuel Pinheiro enchendo os bolsos com dinheiro, assim como outros deputados, seria de propina, para garantir apoio à sua gestão.
Nas imagens, Emanuel recebe o dinheiro das mãos do então chefe de gabinete de Silval, Silvio Correa. A quantia era tanta que ele deixa cair um maço, depois se abaixa e pega.
Silval afirmou aos procuradores da República que o valor fazia parte de um suposto “mensalinho” para que os deputados aprovassem projetos de interesse de sua gestão.
Compare os documentos:
Trecho apreendido na casa do prefeito:
HiperNotícias

Relatóro da Polícia Federal:

HiperNotícias

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