"É má-fé para quebrar o agronegócio", afirma Cattani sobre Bradesco

Revista VEZ

Deputado também é produtor de leite no interior de MT

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO

O deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) criticou o Banco Bradesco pela propaganda que sugere a diminuição do consumo de carne vermelha para auxiliar na redução da produção de gases do efeito estufa.

A publicidade foi veiculada no fim de dezembro e provocou uma reação negativa no setor do agronegócio, levando o banco a emitir uma carta aberta se desculpando pelo equívoco do marketing. O banco ainda afirmou que a opinião não seria da instituição e sim de influencers que foram contratados para a propaganda.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Para Cattani, que também é produtor de leite e derivados no município de Nova Mutum (a 250 km de Cuiabá), a publicidade do banco foi feita com a intenção de prejudicar o agronegócio brasileiro.

"Não é exagero nenhum da parte deles, é má-fé. Fazem isso propositalmente para querer quebrar o agronegócio. Já viram a mesma propaganda do Banco do Brasil? Vocês vão ver o que é um banco consciente e o que é um banco apoiar um ato de difamação do agronegócio. É uma mídia mal feita, um setor de marketing que não sabe nem reconhecer seus próprios clientes. Uma idiotice sem tamanho", avaliou o deputado nesta segunda-feira (3), durante protesto do Sindicato Rural de Cuiabá em frente a uma agência do Banco Bradesco, na Capital.

Saiba mais - Fazendeiros prometem "churrascada" nesta 2ª em protesto contra o Bradesco

Cattani ainda afirmou que a manifestação dos fazendeiros serve para sinalizar que os produtores estão atentos a qualquer informação que tente atacar o agronegócio e defendeu que a criação de gado brasileira, em sua maioria, é feita de forma adequada, minimizando a emissão de gases.

"Eu não sou especialista no setor, mas sei que minha vaca, comendo pasto, capim, não produz metano. Agora, se você tiver, como na Europa, com gado em um barracão o tempo todo, aí você produz não só metano, como também amônia e outras coisas que são prejudiciais não só ao animal, mas também para quem está comendo. Mas não o gado brasileiro. A gente cria o gado no pasto, de maneira natural e não atinge o meio ambiente de forma nenhuma", garantiu.

Pecuária x gás metano

A preocupação com a emissão de gases na pecuária foi discutida na COP-26, realizada na Escócia, no mês de novembro. Diversos líderes mundiais se reuniram e se comprometeram a reduzir a emissão de metano em 30% até 2030, dentre eles o Brasil, que é um dos cinco maiores emissores de metano no mundo.

Após o compromisso, o governo federal lançou nota afirmando que o Brasil já tem uma série de políticas em curso para a redução do gás e afirmou que a proposta deve trazer mais oportunidades para a pecuária brasileira. Além disso, a Embrapa também divulgou estudos que apontam que é possível reduzir a emissão de metano por meio de mudanças na prática da nutrição animal.