CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
Os advogados de defesa do delator e ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa (PMDB), Silvio Corrêa, apontaram que o áudio gravado pelo ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, seria uma “aparente tentativa de obstrução de justiça”.
Delio Lins e Silva Júnior e Victor Azevedo Borges sustentam, em nota, que o interesse de Zanatta ao gravar o áudio seria a produção de prova em favor do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), filmado por Silvio recebendo propina no gabinete do Palácio Paiaguás.
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“A única novidade que se tem no áudio é uma aparente tentativa de obstrução de justiça por parte de Alan Zanatta, com possível participação de Emanuel Pinheiro para tentar justificar a todo custo o injustificável, que são as flagrantes imagens de recebimento de propina por parte do atual prefeito e outros deputados”, escreveram os advogados.
Na gravação, Silvio indicaria que as imagens de Emanuel teriam sido feitas fora de contexto para que as delações dele e do ex-governador ganhassem mais visibilidade pelo cargo atual. “Ele foi no dia e na hora errada. Não foi escolhido”, disse o ex-chefe de gabinete no áudio.
No trecho da gravação, feita em 28 de agosto, Silvio Corrêa afirmou que um valor recebido por EP, de R$ 20 mil, tinha como objetivo quitar uma dívida de pesquisa de campanha com o empresário Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, irmão do prefeito e dono do Instituto de Pesquisa Mark. A dívida total seria R$ 50 mil com o empresário.
No entanto, os advogados de Silval sustentam que o vídeo “trata-se de nítido caso de pagamento de propina ao então deputado Emanuel Pinheiro (atual prefeito) e aos demais deputados que compareciam para receber propina em uma verdadeira fila indiana”.
A defesa de Silvio ainda aponta que na gravação, feita no dia 28 de agosto, é possível ouvir Zanatta dizendo que nada acontecerá com Emanuel, já que o prefeito tem em sua base a maioria dos vereadores.
As delações de Silvio e Silval foram homologadas no dia 9 de agosto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e teve o sigilo derrubado no dia 25 do mesmo mês.
Confira a íntegra da nota
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Acerca do áudio divulgado de maneira distorcida pela imprensa, a defesa de Silvio Cezar vem esclarecer que:
1- Não há nada no áudio que não seja de conhecimento da PGR;
2 -Silvio Cezar não omitiu qualquer patrimônio. Todo seu patrimônio foi devidamente comunicado à PGR. O garimpo referido no áudio não é de sua propriedade, tal como ventilado de forma distorcida pela imprensa, mas sim da família de Silval;
3) As gravações entregues na PGR acerca do pagamento de propinas a parlamentares e ao atual prefeito Emanuel Pinheiro são autênticas e foram entregues na sua originalidade, não havendo qualquer tipo de edição.
4) No áudio, em nenhum momento o colaborador Silvio afirma que elas estão fora de contexto, pois quem menciona isso é o próprio Alan Zanatta, na frustrada tentativa de a qualquer custo produzir prova supostamente no interesse da defesa de Emanuel Pinheiro.
5) As gravações entregues pelo colaborador Silvio são claras, e podem ser submetidas a todas as espécies de perícia. Ao contrário do mencionado por alguns sites, trata-se de nítido caso de pagamento de propina ao então deputado Emanuel Pinheiro (atual prefeito) e aos demais deputados que compareciam para receber propina em uma verdadeira fila indiana.
6) A única novidade que se tem no áudio é uma aparente tentativa de obstrução de justiça por parte de Alan Zanatta, com possível participação de Emanuel Pinheiro para tentar justificar a todo custo o injustificável, que são as flagrantes imagens de recebimento de propina por parte do atual prefeito e outros deputados.
7) Ao final, o áudio revela também que Alan Zanatta afirma que nada acontecerá com Emanuel Pinheiro, pois ele já teria a "maioria na câmara", o que pode revelar outros possíveis crimes por parte do atual prefeito.
8) Silvio Cezar continua à disposição da justiça na condição de colaborador e assim procederá cumprindo todas as cláusulas do acordo.
Delio Lins e Silva Júnior e Victor Azevedo Borges