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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

03 de Novembro de 2014, 09h:33 - A | A

OPINIÃO /

Vitória de Pirro

Nossa semelhança com a Venezuela e Argentina está mais forte do que nunca

JUACY SILVA



 

Costuma-se dizer que uma Vitória de Pirro é quando o preço da vitória e tão alto que praticamente representa um grande prejuízo ao vencedor, fazendo-se alusão ao que havia acontecido ao Rei Pirro, pouco tendo a comemorar.

Analisando os resultados da eleição para Presidente da República, no segundo turno ocorrido no último domingo,, podemos dizer que a vitória de Dilma foi ,na verdade, uma vitória de Pirro, seja pela herança maldita que ela vai receber de si própria, já que Aécio ficou livre deste abacaxi, que seria herdar um país em crise econômica, política, social , ética e moral, caberá `a presidente reeleita descascar seu próprio abacaxi.

O Brasil todo assistiu a mais vergonhosa campanha eleitoral de que se tem notícia em nossa história recente, quando as armas usadas pela candidata do PT foi a mentira, o engodo, o amedrontamento, a falta de ética para destruir não apenas a imagem mas a biografia dos principais contendores, como Eduardo Campos, falecido no decorrer do processo eleitoral, depois Marina, que não chegou ao segundo turno e ,então, as baterias do PT, de seus aliados e da candidata Dilma voltaram-se contra Aécio.

Mesmo vitoriosa eleitoralmente, Dilma terá uma base aliada no Congresso Nacional, principalmente na Câmara Federal, bem menor; somente o PT e PMDB perderam 29 deputados e alguns senadores, além do fato de que diversos parlamentares tanto do PMDB quanto de outros partidos aliados já deixaram entrever que não irão fazer papel de “vaquinhas de presépio”, obedecendo cegamente aos ditames e vontades do Palácio do Planalto.
Prova disso foi a derrota na Câmara da proposta do Governo relativa aos conselhos populares. 

 

Outro aspecto foi a profunda divisão política, eleitoral, econômica e social que emergiu dessas eleições. Dilma ganhou de lavada no Nordeste, onde a pobreza e os baixos índices educacionais são bem piores do que a média nacional, onde o maior cabo eleitoral do governo tem sido a distribuição de migalhas que caem do orçamento público federal representadas pelo programa bolsa família e outros programas assistenciais.


O Brasil mais desenvolvido, onde a população é menos dependente do assistencialismo governamental, os Estados do Sul, Centro Oeste, e Sudeste, com exceção de Minas Gerais e Rio de Janeiro e alguns Estados da região norte, optaram pela candidatura de Aécio, que representava os anseios de mudança de governo, de gestão, de visão de futuro e de dimensão ética nas ações Governamentais.

Dilma terá contra si, a indignação de uma população, principalmente nos Estados em que perdeu no Segundo turno e que paga uma enorme carga de impostos e não recebe em troca serviços públicos de qualidade. 

O caos na saúde, a baixa qualidade da educação, o crescimento acelerado da violência, a falta de saneamento básico, a precariedade da infraestrutura que onera demasiadamente o setor produtivo, reduzindo o poder de competição de nossas exportações, além das constantes denúncias de corrupção irão pesar muito para a administração que deve continuar igual ou pior do que nesses quatro anos que devem se encerrar em dois meses. 

A população desses estados terão a consciência de que seus impostos são usados para alimentar uma máquina política eleitoral para beneficiar e manipular a população pobre do norte e nordeste, isto pode alimentar um conflito regional e social profundo.

Outro aspecto que serve para caracterizar o resultado desta eleição como vitória de Pirro é o fato de que no próximo mandato, muito mais do que neste que se finda, Dilma será refém do PT, de sua direção ávida por cargos e mutretas nos órgãos de governo; será tutelada por Lula que já começou a preparar a sua volta nas eleições de 2018 e será uma sombra permanente nas decisões de Dilma.

E, finalmente, Dilma será refém do novo Congresso, onde as negociações serão muito mais no toma lá dá cá, de uma base que não aceitará o cabresto do Poder Executivo.

Por ultimo,como Dilma vai entregar um governo para si mesma muito pior em termos de economia do que recebeu de seu criador e antecessor, com certeza a crise econômica deverá se agravar e esta tênue lua de mel que está tendo com pouco mais de 35% dos eleitores que ainda acreditaram em suas promessas, mais cedo do que imaginamos deverão fazer coro com a maioria que não acreditou em suas propostas. 

As manifestações populares e de massa estarão de volta nas ruas e praças do Brasil

Resumindo, a crise vai ficar mais aguda e o Brasil deve esperar por dias mais difíceis, com mais conflitos , mais medo do que esperança quanto ao futuro. 

Nossa semelhança com a Venezuela e Argentina está mais forte do que nunca!

JUACY DA SILVA é professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em Socioloia.
[email protected]
www.professorjuacy.blogspot.com
@profjuacy

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