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Cuiabá, 17 de Maio de 2025
17 de Maio de 2025

06 de Novembro de 2012, 10h:28 - A | A

OPINIÃO / WILSON CARLOS FUÁ

Quem será a próxima vítima

WILSON CARLOS FUÁ



Um amigo me contou, que certo dia andando pela Av. Rubens de Mendonça, percebeu que vinha em sua direção três  jovens aparentemente  felizes, de boa aparência  e de bem com a vida. Mas logo veio em sua cabeça um medo momentâneo, e com ele a vontade de atravessar para o outro lado da Avenida, e aquele sensação de incerteza tomou conta do seu pensamento, e aí veio  um firme sentimento de insegurança mentalmente, que dizia  que aqueles jovens iriam assaltá-lo.

Mas preferiu afastar da sua mente o presságio de ser a próxima vítima e achando que era apenas um ato discriminatório, pois os jovens não estavam  mal vestidos, o bermudão e bonés eram moda em 2012, e mesmo na dúvida continuou a caminhar e contemplar a Avenida, mas ao aproximar dos jovens foi assaltado com uma violência descomunal, os jovens tinham raiva existencial, eram usuários de droga e apesar de “talvez” serem de famílias abastadas, teriam que achar um financiador das suas alucinações e da sua vagabundagem.

Muito de nós, temos no pensamento que a violência só acontece com os outros e acha que isso jamais irá acontecer conosco, e esquecemos que a violência tomou conta da cidade:  por isso, na dúvida, procure ouvir a voz do seu coração.

Vemos pela cidade  vários jovens entre os viciados, se agrupando entre si,  vivendo  dentro das suas cascas  e não dá um passo fora da rotina imperativa, e por não ter evolução e levar uma vida insignificante, o que lhe resta são apenas olhar as pessoas pelo lado crítico por serem contrários a sua autodestruição e cada transeunte é transformando em um potencial alvo para ser assaltado.

São jovens vivendo  armados de  todas formas de defesa e transferindo seu pouco sucesso para a responsabilidade   daqueles que um dia os educou. Apesar de saber que  na verdade a sua padronização desmente completamente a necessidade  ilimitada de libertar da roupa acultura que faz parte da sua vestimenta escolhida por suas  próprias indecisões, não buscam na fé pelo menos uma saída, até entender que a liberdade de ação  é fundamental, mesmo que seja sem qualquer motivo, mesmo que não tenha incentivos, mesmo sem razão, o importante é mudar só para quebrar a rotina e evoluir para um mundo sociável e verdadeiro que é a única forma de sair do mundo da droga e da vida criminosa e agressiva contra os pacatos cidadãos que aceitam a humilhação do abuso e não reagem.

A reação pelas mudanças é conflituosa porque ao desfazer dos condionamentos, chegará a outra  base da eliminação da paz interior, que em algumas pessoas desaparece pelos conflitos. A realidade está na transposição do véu, no primeiro passo além da imaginação, que só poderá ser encontrado por aqueles que acreditam que podem encontrá-lo além dele, porque uma única coisa que faz, poderá contribuir para esquecer e abandonar as demais, mesmo sendo boas ou mais,  se não a fortificação mental para fazer,  tornará escravo do: “sozinho eu nada posso, então deixa tudo como está, para ver com é que fica”.

E assim somos todos nós, somos muito críticos das fotos externos, porque  o espelho dos nossos interiores transmite imagem apagada, por isso, muitos acham mais fácil,  tentar concertar o mundo e esquecem-se de  consertar, antes a sua própria vida. Não existe nada completamente certo ou perdidamente errado neste mundo: “mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia”.   Vivendo neste extrato social com muita violência urbana, estamos na fila para saber quem será o próximo  pacato cidadão a ser assaltado, assim todos os estranhos e mal vestidos são potencialmente possível ator no mundo da violência contra nós. Quantas vezes não discriminamos uma pessoa só por ela ser despossuída de beleza ou por trajes despadronizados. Infelizmente a discriminação tornou-se uma forma de autodefesa, na dúvida é melhor prevenir do que ser a próxima vítima.

Economista Wilson Carlos Fuá – É Especialista em Administração Financeira, Recursos Humanos e Consultoria Política/Social.
Fale com o Autor:  [email protected]

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