ONOFRE RIBEIRO
As eleições de 2014 em Mato Grosso estão mostrando uma boa evolução na percepção do eleitor em relação aos candidatos a governador e senador, particularmente.
Para governador, são cinco candidatos, três com reais chances: José Riva, Pedro Taques e Lúdio Cabral.
É de se registrar a ousadia do candidato Muvuca em lançar-se e adotar um corajoso discurso em relação às drogas.
Os outros três tem perfis conflitantes. Porém, melhor do que os perfis, é o fato de dar escolhas ao eleitor.
Gerações anteriores viveram períodos em que as escolhas não se resolviam nas urnas, mas no escuro dos gabinetes partidários. De 1965 a 1982 não se votou pra governador no Brasil.
A unanimidade nunca foi uma boa conselheira e nem indica escolhas melhores. Os três perfis são polêmicos.
O deputado José Riva, jovem ex-prefeito de Juara, tem um histórico de cinco mandatos em 20 anos como parlamentar estadual. Sua carreira na Assembléia dividida esse tempo entre cargos da Mesa Diretora, onde enfrentou muitas contradições.
Ninguém, contudo, pode negar sua articulação nos municípios, e condução de boa parte da governabilidade do estado nas últimas gestões.
Nem o seu capital de trabalho prestado ao interior, principalmente. A discussão dos grandes problemas políticos do estado passaram pelo seu gabinete nesse tempo.
Já o senador Pedro Taques, vem para a segunda disputa eleitoral. Na primeira, de senador, venceu com facilidade nomes mais fortes e até mesmo o de Carlos Abicalil, do Partido dos Trabalhadores.
Sua história pública começou no Ministério Público Federal, onde instaurou operações policiais e a histórica “Operação Arca de Noé”, que prendeu João Arcanjo em 2002.
Sempre teve posições fortes na função e, no Senado, alcançou notoriedade em dois anos de mandato. O governo é uma incógnita pela pouca experiência política.
Lúdio Cabral, jovem, vem da experiência de dois mandatos de vereador na capital e uma história pessoal na área da medicina pública.
Neste momento disputa dentro de um PT muito dividido que preferia mais a inércia.
Mas não tem rejeição pessoal e é bem visto pela sociedade, ainda que os desgastes da sua coligação possam atingi-lo.
Foi muito bem votado na eleição para prefeito de Cuiabá em 2012, quando obteve 140 mil votos no segundo contra o atual prefeito Mauro Mendes.
O eleitor tem a chance de escolher. É necessário e democrático que exista conflito entre os perfis.
Ruim é tentar demonizar candidatos, porque o enfrentamento eleitoral é uma condição das eleições e da democracia. Faz parte...!