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Cuiabá, 11 de Outubro de 2024
11 de Outubro de 2024

27 de Dezembro de 2014, 08h:55 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NOVIS NEVES

Antagonismo

Charles de Gaulle dizia que "em política ou se trai o país ou o eleitorado".



Perplexa com os últimos acontecimentos envolvendo a Petrobras, a população trabalhadora brasileira chegou à conclusão que o exercício do poder é incompatível com a ética e a moral. 

Triste, mas, infelizmente esse é o sentimento geral após a divulgação das primeiras confissões dos envolvidos no assalto à estatal e beneficiados com a delação premiada. 

A promiscuidade entre agentes públicos e empresários se estende a todos os contratos de obras existentes no Brasil. 

A propina está institucionalizada e sua viabilidade é trabalho sofisticado de profissionais qualificados na arte de roubar, afirma didaticamente o Ministério Público através de gráficos. 

O programa de desvio de recursos públicos, até a entrega aos favorecidos das suas cotas, era executado nos seus mínimos detalhes por especialista nessa tarefa. 

O marginal responsável pela chegada do mimo às mãos dos felizardos espalhados por este país, inclusive no exterior, era chamado como passageiro do "voo da alegria" pelos insaciáveis "sortudos" sugadores do erário público. 

Pela delação premiada ficamos sabendo das mais variadas estratégias montadas pelos receptadores do dinheiro ilícito. 

Méritos para o entregador da encomenda, pela sua discrição, profissionalismo. Nunca foi barrado em nenhum aeroporto nacional ou internacional com toda aquela muamba. 

Só foi possível apanhar esse personagem com a delação dos seus chefes. 

Com a certeza que temos agora das ramificações do esquema criminoso contaminando todas as obras públicas desta nação, e do desinteresse do governo em exterminar com a impunidade, fica claro que política só se faz sem ética e moral. 

Gabriel Novis Neves

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