ALINE FRANCISCO
DA REDAÇÃO
Mesmo com a obra interditada pelo Ministério Público Estadual, o secretário da Secopa, Maurício Guimarães, incluiu a conclusão da Trincheira do Santa Rosa na lista das obras que devem ser entregues ainda no mês de setembro. A declaração foi dada durante entrevista a um programa de rádio da Capital.
Maurício frisou que o problema que embargou a obra foi em virtude da falta de um plano de estabilidade de encosta, o que, em tese, comprovaria a segurança da obra para os operários que trabalham no local. “Ali não é questão nas obras, mas sim fatos que poderiam influenciar na segurança dos trabalhadores”.
O secretário explicou que os embargos iniciaram ainda no começo da obra, quando o Ministério Público do Trabalho realizou uma fiscalização minuciosa em todas as obras. “Quando no início da construção, ainda com a Construtora Ester, nos tivemos uma fiscalização especial por parte do Ministério do Trabalho, que embargou não só aquela obra, mas todas as obras, pedindo um plano de estabilidade de encosta para dar segurança aos trabalhadores que estavam ali. O MP também sentiu falta desse plano de estabilidade que também não estavam nos autos, então se fez uma recomendatória para que se suspendessem as obras para principalmente segurança dos trabalhadores”, comentou.
Maurício explicou ainda que questões ambientais por conta das adutoras que passam por dentro da Trincheira também influenciaram na paralisação da obra. As adutoras são responsáveis pelo abastecimento de água de 60% das casas de Cuiabá.
O secretário explicou que o plano de estabilidade foi encaminhado no inicio da semana para o Ministério Público, e desde a terça-feira (02) técnicos do órgão estão analisando o documento. “Eles foram apresentados ao MP na segunda-feira (01), técnicos do MP estiveram nas obras e durante esta semana os documentos serão analisados pelo promotor para que ele possa rever a recomendatória”. A paralisação da obra foi determinada pelo promotor de Justiça do MPE, Gerson Barbosa.
Quanto às obras da Copa do Mundo que ainda estão em execução estarem sendo usadas nos palanques e propagandas durante o período eleitoral. Maurício afirmou que nenhum candidato buscou o órgão para se informar sobre o andamento das obras. “Nenhum candidato procurou a Secopa para se inteirar sobre a realidade das obras. Quem assumir vai ter que associar o que se fala com a realidade de execução das obras, é evidente que após assumir o novo governador vai se inteirar do que está acontecendo”.
EMBARGO DO MPE
O Ministério Público Estadual (MPE) solicitou a paralisação das obras na Trincheira do Santa Rosa, na Avenida Miguel Sutil. O órgão pediu junto para Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) relatórios que comprovassem a segurança da obra e um programa que apresentasse a estabilidade das encostas da trincheira.
Sem os relatórios a Atendendo a Secopa paralisou as obras no dia 28 de agosto. A interdição no local era para acontecer na quarta-feira (26), no entanto, devido a serviços de concretagem que estavam sendo realizados no local, a paralisação teve que ser adiada hoje.
A solicitação feita pelo MP foi assinada pelo promotor de Justiça Gerson Barbosa. No documento é pedida a interdição parcial, até que sejam entregues os documentos que atestem a segurança da continuidade das obras. Também é necessário apresentar as licenças emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
A recomendação teve como base um relatório emitido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) onde foram identificados possíveis problemas com relação à geologia do local. “Uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Engenharia de Mato Grosso identificou falhas na trincheira e também na pista de rolamento. É preciso saber se a obra pode continuar a ser utilizada pela população ou se oferece algum risco”, declarou o promotor de Justiça à época em que foi emitida a recomendação.
A OBRA
A trincheira Santa Rosa integra o pacote de intervenções de travessia urbana, resultado de um convênio entre Governo do Estado e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Com 520 metros de extensão, após a conclusão, a obra irá revitalizar o fluxo de trânsito de diversos bairros de Cuiabá, como o Goiabeiras e o Santa Rosa. A obra é de responsabilidade da empresa Camargo Campos S.A Engenharia e Comércio e deveria ser entregue até o mesmo de junho. A obra foi orçada em R$ 26,3 milhões.
