CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Foi encerrada a terceira fase da operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) que apura fraudes na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Na manhã desta quinta-feira (15), foi cumprido o mandado de condução coercitiva contra o engenheiro eletricista e empresário Edézio Ferreira da Silva, que prestou esclarecimentos aos promotores e já foi liberado, segundo confirmação do Ministério Público Estadual (MPE) ao .
Ele já foi ouvido na ação penal que tramita na Sétima Vara Criminal, no dia 18 de novembro, quando disse que prestou serviço para o empresário, réu e delator Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, alugando a sala comercial no edifício Avant Garden Business, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, que era usada para as reuniões que Guizardi mantinha com o então secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB) e com os ex-servidores da pasta, Fábio Frigeri e Wander Luiz dos Reis, todos réus no processo criminal.
Segundo o depoimento de Edézio à juíza Selma Arruda, os encontros ocorreram entre setembro de 2015 e fevereiro deste ano. Ele também afirmou ter presenciado outras reuniões de Guizardi com os empresários Luís Fernando Rondon, dono da Luma Construtora, que também é réu e delator do esquema, além do sogro deste, o também empreiteiro Esper Haddad, dono da Construtora Panamericano.
O local foi chamado pelo MPE de "quartel general" e deu o nome da segunda fase das investigações, Locus delicti, pois era onde se arquitetava o esquema de corrupção, por meio de cobrança de propinas e fraudes em licitações de obras de escolas estaduais.
Ainda de acordo com o depoimento de Edézio em Juízo, ele prestava serviços relacionados às licitações alvos da operação Rêmora, como elaboração de projetos de engenharia, além de compras de planilhas e programas computacionais. Ele também era responsável pela manutenção do escritório utilizado por Giovani Guizardi, pagando o aluguel e contas de energia, condomínio e internet com o dinheiro que lhe era repassado mensalmente por Guizardi.
A versão foi corroborada pelo testemunho do delator, feito na última segunda-feira (12), quando Guizardi ainda relatou que Edézio também chegou a fazer alguns depósitos a seu pedido. Esses depósitos que somaram a quantia de R$ 20 mil foram realizados, por sua vez, por conta de um pedido de Permínio Pinto a Guizardi, que contou ter recebido do ex-secretário um papel com a anotação de uma conta bancária e uma razão social de empresa, que ele afirma ser de uma rádio de Sinop, cujo dono seria o deputado federal Nilson Leitão (PSDB).
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