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Cuiabá, 12 de Julho de 2025
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19 de Setembro de 2016, 10h:30 - A | A

JUDICIÁRIO / DEU NO O GLOBO

Defesa de Pedro Nadaf nega acordo de delação com MPF

O advogado Willian Khalil chamou nota divulgada no jornal O Globo de leviana por divulgar situações que sequer foram cogitadas pelo ex-secretário.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Neste domingo (18), o jornalista Guilherme Amado, de Brasília, publicou na coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo, uma nota afirmando que o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf estaria fechando um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), a respeito de incentivos fiscais concedidos aos grupos empresariais JBS e Votorantim em troca de propina. Sem entrar em muitos detalhes, a nota se resumiu a dizer o seguinte:

“Me causou muita estranheza a divulgação de uma informação, que sequer chegou a ser cogitada pelo Pedro Nadaf. Até o presente momento, não há nenhuma espécie de colaboração premiada por parte de Pedro Nadaf", disse o advogado.

“Em tempos de Zelotes e Greenfield, a PGR está em fase final de negociação da delação premiada de Pedro Nadaf, chefe da Casa Civil de Silval Barbosa (PMDB), ex-governador do Mato Grosso. Nadaf entregou aos procuradores detalhes de fraudes fiscais que, segundo ele, foram cometidas pela Votorantim e JBS. Numa das situações descritas, houve propina em troca de benefício fiscal”.

No entanto, ao o advogado Willian Khalil, que atua na defesa de Nadaf disse que não existe qualquer tipo de acordo entres seu cliente e o Ministério Público, seja estadual ou federal. “Me causou muita estranheza a divulgação de uma informação, que sequer chegou a ser cogitada pelo Pedro Nadaf. Até o presente momento, não há nenhuma espécie de colaboração premiada por parte de Pedro Nadaf, o que há, na verdade, são as confissões que ele vem fazendo nas operações com a restituição de patrimônio. Tudo isso visando uma revisão na sua eventual punição”, disse.

O advogado negou que Nadaf tenha se apresentado ao Ministério Público Federal desde que saiu da prisão, há duas semanas, enfatizando que o ex-secretário não teria qualquer assunto para tratar com procuradores, já que ele não responde a qualquer processo movido na Justiça Federal. Willian Khalil ainda classificou como leviana a nota divulgada pelo O Globo.

“Eu acho até bem leviana a alegação do jornalista porque, eventualmente, se ele [Pedro Nadaf] tiver que prestar algum depoimento em relação à JBS ou à Votorantim, como foi citado na matéria, isso não tem nada a ver com o MPF. Essas empresas não gozam de foro privilegiado para que qualquer investigação seja com base na Justiça Federal, eu não sei o porquê dessa informação porque, perante o MPF, não há nenhum inquérito aberto em relação ao Pedro, Pedro não responde a nenhum processo criminal movido pelo MPF, então, é de total desconhecimento nosso”, ressaltou o advogado. 

Investigações sobre incentivos fiscais

Pedro Nadaf responde a uma ação cível, movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), juntamente com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), os ex-secretários de Fazenda Marcel de Cursi e Edmilson José dos Santos, o diretor-executivo da JBS Valdir Aparecido Boni e a JBS Participações S/A. A ação trata da criação fictícia de crédito tributário de mais de R$ 73,5 milhões no ano de 2012.

A irregularidade na concessão de benefícios tributários a empresas de grande porte durante a gestão de Silval Barbosa também é alvo de investigações na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal, que já apurou que mais de R$ 2 bilhões teriam sido “perdidos” pelo Estado com os benefícios. Somente em relação ao grupo JBS, as fraudes teriam causado um impacto negativo de mais de R$ 400 milhões.  

No Ministério Público Estadual (MPE), o promotor Mauro Zaque também investiga o mesmo tema. Segundo ele, mais de 10 empresas receberam benefícios fiscais irregulares, que ultrapassaram R$ 250 milhões. 

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