Motoristas do Uber marcam protesto para baixar taxa do aplicativo

Reprodução

Motoristas do aplicativo começam a sentir efeitos negativos.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO

Nesta quinta-feira (12), começou a circular pelas redes sociais um aviso de que no dia 10 de fevereiro, das 6h às 12 horas, os motoristas do Uber em Cuiabá irão desligar seus aplicativos, em protesto contra a taxa de 25% cobrada sobre o valor das corridas que eles realizam.

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O aviso cita que em outras cidades do país os motoristas já conseguiram baixar a taxa de 25% para 15% e que a manifestação seria concomitante ao mesmo protesto em Goiânia (GO).

O entrou em contato com três motoristas de Uber, sendo que dois não estavam sabendo sobre o protesto e outro explicou que ainda não há nada definido, mas apenas cogitado por conta da insatisfação dos “parceiros”, como são chamados pela empresa, com os baixos lucros obtidos diante da taxa e do alto preço do combustível.

“A gente ainda está cogitando tentar fazer essa paralisação no mesmo dia que o pessoal de Goiânia. Ainda vamos fazer reunião. Depende do apoio de todo mundo, não só de uma parte. Algumas pessoas são favoráveis, outras não, mas, está sendo discutido. Hoje que começou a ser discutido”, disse Deivyson Santos, 29, ao .

Ele é contra a manifestação porque acredita que ainda é cedo para exigir resultados maiores, já que Cuiabá não é uma grande capital e também porque acredita que as pessoas ainda estão se adaptando à ferramenta. Outro fator que teria diminuído o ritmo de trabalho é o período de férias e recesso nos órgãos públicos, segundo ele.

Deivyson trabalhava como servidor comissionado na Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas perdeu o emprego no ano passado e, desde então, se sustenta com o que ganha como motorista do Uber.

“Eu estou tirando uma renda boa, estou conseguindo pagar as minhas dívidas, estou conseguindo sobreviver. A partir do momento que eu achar que não dou conta mais de sobreviver com o Uber, eu volto a trabalhar com carteira assinada, arrumo outro emprego. Mas, por enquanto, está sendo bom para mim. Não tenho do que reclamar”, afirma.

Por outro lado, há quem não esteja alcançando o mesmo resultado. Um motorista do Uber que não quis se identificar, relata à reportagem que está tendo que trabalhar muito para ganhar pouco.

“Nós temos um combustível altíssimo e uma taxa altíssima, o que está nos deixando com um lucro mínimo e 'enforcando' os motoristas do Uber. Alguns desistiram por causa disso. Tem que trabalhar muito para ter algum lucrinho, só que tem que trabalhar o dia inteiro, a noite inteira, 12 até 15 horas por dia”, diz.

O motorista Cláudio Ferreira da Silva, 41, conta a mesma situação. No entanto, ele consegue se sustentar com outros serviços alternativos, como excursões e transporte voltado para eventos, como casamentos, deixando o Uber e o Yet Go, nova plataforma que começou a operar nesta semana, somente para as horas vagas.

“Existe um descontentamento dos motoristas porque não está sendo viável continuar trabalhando. Eu, particularmente, quase não estou atendendo pelo Uber porque a gente trabalha e no final da história dá só para recuperar o que a gente gasta com o combustível”, afirma.

Cláudio ainda reclama da falta de comunicação entre os responsáveis pelo aplicativo e os motoristas.

“O problema do Uber é a falta de comprometimento com os motoristas. Nós não temos ninguém para conversar, para expor os problemas, nós estamos à mercê do aplicativo. O único meio de comunicação é quando eles fazem enquete”, expõe.

Outro lado

O telefonou para o diretor do Uber em Cuiabá, mas não conseguiu contato até o fechamento da matéria.  

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