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Cuiabá, 14 de Outubro de 2025
14 de Outubro de 2025

15 de Maio de 2025, 16h:25 - A | A

GERAL / PELA SEGUNDA VEZ

Justiça afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF

Quem fica no comando da CBF, para convocar eleições, é o vice-presidente Fernando Sarney, que entrou com petições na Justiça durante as últimas semanas para tirar Ednaldo do poder.

IGOR SIQUEIRA
DO UOL



Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF. Pela segunda vez desde que chegou ao poder, o dirigente teve contra si uma decisão judicial que o tira da cadeira mais importante do futebol brasileiro.

E isso novamente aconteceu no âmbito da Justiça do Rio, após decisão do desembargador Gabriel Zefiro.

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Quem fica no comando da CBF, para convocar eleições, é o vice-presidente Fernando Sarney, que entrou com petições na Justiça durante as últimas semanas para tirar Ednaldo do poder.

Qual foi a decisão

"Pelo exposto, determino: 1- o afastamento da atual diretoria da CBF; 2- que o Vice-Presidente da CBF, Fernando José Sarney, realize a eleição para os cargos diretivos da CBF, na qualidade de interventor, o mais rápido possível, obedecendo-se os prazos estatutários, ficando a seu cargo, até a posse da diretoria eleita, os poderes inerentes à administração da instituição, dispostos no art.7º do Estatuto da Entidade".

A base para decisão

A crise da vez envolve o questionamento de uma assinatura no acordo que, antes, tinha resolvido o questionamento sobre a eleição de Ednaldo, em 2022.

A suspeita recaiu sobre a condição de saúde do Coronel Nunes, um dos ex-dirigentes da CBF que assinou o documento em janeiro deste ano.

Por mais que tenha sido eleito por mais quatro anos à frente da CBF, Ednaldo viu a oposição crescer nas últimas semanas. A articulação política veio com vazamento de documentos e ações na Justiça.

Mesmo sem confirmar se houve ou não a falsificação, o desembargador responsável pelo caso decretou nulo o acordo assinado pelo Coronel Nunes e os outros dirigentes da CBF. Zefiro citou que fez isso "em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários".

"A robustez dos indícios trazidos aos autos leva à inarredável conclusão acerca de um fato, até mesmo óbvio: há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade. Seus atos são guiados. Não emanam da sua vontade livre e consciente", escreveu o Zefiro na decisão de hoje.

Ednaldo Rodrigues está no Paraguai, onde participou mais cedo do Congresso da Fifa. Nos últimos dias, já havia entre as federações estaduais e própria CBF a sensação de que uma decisão negativa paro o dirigente poderia estar a caminho.

De onde veio a história da assinatura

O documento em questão tem a data de 24 de janeiro de 2025. Por ordem alfabética, a primeira assinatura é a que rendeu polêmica: Antônio Carlos Nunes de Lima.

Além dele, Castellar Neto, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Adriano Aro (presidente da Federação Mineira) e o próprio Ednaldo Rodrigues (em nome da CBF) assinaram.

O documento é importante porque as partes reconheciam a validade da eleição de 2022, no processo que gerou o afastamento de Ednaldo em dezembro de 2023. O acordo, então, traria uma suposta calmaria ao ambiente político da CBF. Só que isso não durou cinco meses.

Quais os elementos trazidos para gerar dúvida de que Nunes, um octogenário ex-presidente da CBF, foi mesmo um dos signatários? Para começar, o estado de saúde dele.

O Coronel passou por uma cirurgia séria durante tratamento de câncer no cérebro.

Em 19 de junho de 2023, Jorge Pagura, médico que fez o procedimento e cuida do Coronel, fez um relatório no qual reportou "déficit cognitivo" no dirigente. Pagura ainda trabalha na CBF, como presidente da comissão médica.

O laudo passou a circular porque foi inserido em um processo na Justiça do Pará, no qual Nunes tentava interromper descontos de pensão da aposentadoria que recebe.

O relatório foi o primeiro elemento trazido na discussão atual sobre a assinatura do Coronel.

Na petição de Fernando Sarney, um dos vices da CBF que pediu afastamento de Ednaldo da CBF, mais um documento da mesma época: uma procuração assinada pelo Coronel dando poderes a outra pessoa para gerir sua conta bancária.

A escrevente do cartório até foi ao encontro do Coronel porque ele estava "impossibilitado de comparecer" ao órgão. A procuração tem tanto a assinatura por extenso quanto a rubrica do Coronel.

E a perícia?

Depois disso, veio um elemento controverso. Um parecer técnico de uma perita contratada pelo vereador carioca Marcos Dias (Podemos).

A empresa é de Jacqueline Tirotti. A conclusão dela é "impossibilidade de vinculação do punho" ao Coronel Nunes.

A perita citou "divergências em relação aos padrões apresentados, conforme demonstrado no exame, bem como, ressaltando a fragilidade do documento questionado, em razão da ausência de grampeamento/fixação de folhas e ausência de rubricas".

A empresa que fez o laudo já teve trabalhos contestados, como no uso de um vídeo para acusar o padre Julio Lancelotti de pedofilia e na discussão se a apresentadora Ana Hickmann assinou documentos que geraram uma dívida na casa de R$ 1 milhão.

A CBF disse que o laudo "está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo".

Só que quando o assunto chegou, por ordem do Supremo Tribunal Federal, de volta à Justiça do Rio, o Coronel Nunes não compareceu à audiência na qual poderia esclarecer a história toda. Diante disso, o desembargador decidiu afastar toda a diretoria da CBF.

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Adriano 15/05/2025

Esse é da mesma escola do ex presidente Ricardo Teixeira .

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1 comentários