RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) interditou, por tempo indeterminado, os trabalhos dos médicos que atuam no programa Plástica para Todos.
O auto de interdição ética foi assinado pela presidente do Conselho Maria de Fátima de Carvalho Ferreira, na última quinta-feira (20). A medida incluiu os trabalho dos médicos realizados por meio do programa em qualquer outro estabelecimento de saúde no Estado.
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A medida é decorrente de uma vistoria realizada pelo CRM em agosto e das irregularidades apontadas contra o programa no processo Administrativo de Interdição Ética.
“Esta decisão de interdição por ser mera prorrogação já está em vigor, encerrando na ocasião em que as determinações sejam cumpridas, após nova avaliação deste conselho e aprovação de seu plenário”, cita trecho da determinação.
Em julho, o CRM interditou o programa por falta de registro, enquanto essa irregularidade não fosse sanada, os médicos foram impedidos de atender por meio do programa, mas foram liberados para trabalhar em outros consultórios.
Morte após cirurgias
No Estado, o Plástica Para Todos é acusado de causar a morte da esteticista Daniele Bueno, em maio. Ela foi internada em estado grave no Hospital Sotrauma, de Cuiabá, após fazer cirurgias de lipoescultura e mamoplastia no Hospital Militar pelo programa.
Daniele estava sofrendo uma hemorragia quando foi internada no Sotrauma. Em seguida, ela teve uma parada cardíaca e morreu.
O programa também é acusado por complicações de saúde em outras duas pacientes. M.J.O.U. foi internada no Hospital São Matheus, após ser submetida à cirurgia de abdominoplastia, no dia 07 de julho.
Conforme a presidência do programa Plástica para Todos, a paciente sofreu sangramento de vasos e procurou o pronto-atendimento da unidade médica. O programa considerou o problema como uma condição esperada para o tipo de cirurgia realizada.
Já N.R.D.C. passou por cirurgias de mastopexia com prótese, lipoescultura e abdominoplastia no dia 26 de junho. O Plástica para Todos não revelou quais as complicações sofridas por ela e informou apenas que foi uma intercorrência inerente a qualquer tipo de cirurgia, alegando que a paciente foi encaminhada e acompanhada pela equipe médica do programa e do Hospital Militar para melhor acompanhamento no Hospital Santa Casa.
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