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23 de Março de 2023

20 de Dezembro de 2018, 07h:30 - A | A

GERAL / ALVOS DE OPERAÇÃO

CRM avalia cassar registro de ex-secretário e outros 2 médicos por fraudes na Saúde

Profissionais são suspeitos de favorecer empresas num esquema de monopólio de licitação de contratos de serviços na Secretaria de Saúde de Cuiabá e no Governo do Estado

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos que foram presos, na terça-feira (18), durante a Operação Sangria 2, da Delegacia de Crimes Fazendários (Defaz-MT), que apura fraudes em licitações de contratos da Prefeitura de Cuiabá e no Governo do Estado.

Entre os profissionais investigados pelo CRM, estão o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia da Costa, Fábio Liberali Weissheimer e Luciano Correa Ribeiro.

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“A sindicância será analisada com rigor pelos conselheiros a partir de evidências e condutas relacionadas aos profissionais e, após as apurações, sempre à luz do Código de Ética Médica. Se forem constatadas irregularidades éticas praticadas no exercício da medicina, o CRM-MT determinará a abertura de processo ético-profissional contra os envolvidos”, destacou o conselho em nota enviada à imprensa na tarde de quarta-feira (19).

O conselho ressaltou, ainda, que se condenados, os médicos ficarão sujeitos à aplicação de penalidades – também definidas em lei – que vão da advertência até a cassação do registro profissional.

Além dos três médicos, foram expeditos mandados de prisão durante a segunda fase da operação contra Adriano Luiz Sousa, Flávio Taques, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.

Flávio Taques é o único que ainda continua foragido da polícia. Já Fábio Alex Taques foi solto por determinação do desembargador Pedro Sakamoto, do Tribunal de Justiça, na tarde de quarta-feira.

O suposto esquema

A investigação apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.

Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública no sentido de desclassificar concorrentes para que, ao final, apenas empresas pertencentes a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo da população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.

A investigação demonstra que a organização, chefiada por médicos, estariam deteriorando a saúde pública de Cuiabá e de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo. O grupo estaria aumentando a fila de espera para lucrar mais com os procedimentos.  

Além do ex-secretário (médico), foram presos nesta terça-feira: Fábio Liberali Weissheimer (médico), Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Luciano Correa Ribeiro (médico), Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.

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