MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
O empresário Guilherme Jorge e Giorgi, um dos proprietários da cervejaria Kessbier de Nova Mutum (264 km da Capital), contou em entrevista ao que está há cerca de 10 dias tentando contato com a empresa gaúcha Implicantes para pedir desculpas por sua parte nos comentários ofensivos feitos no grupo “Cervejeiros Iluminati”, os quais ele definiu como “brincadeira de quinta série”.
“Não eram comentários preconceituosos ou focados em alguém. Na verdade, logicamente, tinham frases assim imaturas, brincadeira de quinta série. Porém, em um grupo fechado é uma discussão normal”, disse Guilherme.
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Guilherme, que definiu sua fala como uma brincadeira infeliz, mas sem viés de ataque, falou que desde a primeira exposição dos prints, que foi na internet, ele começou procurar os proprietários da Implicantes. Guilherme disse: "O Mapa autoriza uma cervejaria negra; não tem que ser branca, lavável?", escreveu.
“Saiu a matéria da Folha (Folha de São Paulo), onde eu quis me retratar. Eu me arrependi do que ocorreu. Resolvi pensar na dor dos outros, logicamente que aconteceu aquilo com o pessoal do Sul. Tentei contatos com eles, isso já faz 10, 15 dias. Em nenhum momento foi um ataque pessoal”, disse.
“Liguei para eles, mandei mensagem, mas não conseguiu e não tive retorno”, continua.
O empresário alegou que não conhecia a empresa Implicantes e teve contato quando começaram discutir a polêmica do financiamento coletivo recebido e da bandeira levantada pela empresa.
“A discussão toda se deu baseada em é necessário a distinção étnica que estão fazendo entre as cervejarias, é benéfico para o mercado”, explica.
O caso
Cervejeiros se envolveram em escândalo nacional após comentários racistas e misóginos serem feitos contra concorrentes negros e do sexo feminino, no grupo de WhatsApp “Cervejeiros Iluminati”. Cerca de 200 pessoas fazem parte do grupo, entre empresários, advogados, mestres cervejeiros e ativos no meio.
Tudo começou com ataques a uma nova empresa, a cervejaria gaúcha Implicantes, que é fundada e gerenciada por negros. A sommelier de cerveja Sara Araújo também foi atacada em conversa, definida como feminista de forma negativa.
No entanto, os ataques não ficaram apenas contra Sara e partiram para mulheres que atuam no ramo. Os homens se referiram às profissionais do meio como "bando de arruaceiras de suvaco cabeludo”.
A Abracerva (Associação Brasileira da Cerveja Artesanal) repudiou o episódio e os responsáveis devem sofrer sanções do código de ética do sindicato.
Racismo é considerado crime de ódio, passível de prisão, de acordo com a lei federal n° 7.716. (veja comentários aqui)
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Maria Auxiliadora Cândida Souza 29/08/2020
Piadas com a cor, com o gênero e com o peso NUNCA foi aceito como brincadeira por mulheres, negros, lgbts e obesos. Está dizendo isso porque deu ruim pra ele. Mesmo vivendo uma relação abusiva onde muitos de nós não escolhemos estar, ainda há muitos Humanos (definido como a espécie que pensa, logo é provido de empatia) que não foram contaminados pelo vírus do ódio e do preconceito social, racial e gênero.
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