DO FANTÁSTICO
Uma atleta de 23 anos e dois primos contraíram uma superbactéria que corrói a carne após um mergulho inofensivo em uma piscina de hotel na cidade de Ann Harbor, no estado de Michigan (EUA), relatou a jovem em entrevista exibida neste domingo (22) no Fantástico.
Os jovens começaram a passar mal logo depois do banho e, ao chegar ao hospital, receberam o diagnóstico de MRSA, um estafilococo áureo resistente a antibióticos, conhecido como uma das principais superbactérias.
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“Chegou num ponto em que eu não conseguia mais andar. Tive que ser carregada”, relatou a atleta. Hoje, Alexis William depende da ajuda da mãe para se locomover. A família acusa o hotel de não ter feito a desinfecção adequada da piscina.
A MRSA é classificada entre as superbactérias mais perigosas, capazes de corroer tecidos, causar amputações e até levar à morte.
Esse tipo de microrganismo já preocupa a Organização das Nações Unidas, que estima: se não surgirem novos medicamentos eficazes, as infecções por bactérias resistentes podem provocar, até 2050, dez milhões de mortes por ano no mundo, superando o câncer.
Em Boston, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) acreditam ter dado um passo importante contra esse cenário sombrio. Eles recebem de centros de saúde bactérias resistentes que circulam em humanos e animais e, a partir delas, testam compostos químicos para encontrar possíveis tratamentos. O diferencial da pesquisa está no uso da inteligência artificial, que acelera todo o processo de descoberta.
Especialistas acreditam que a inteligência artificial pode inaugurar uma nova “era de ouro” dos antibióticos, quase cem anos depois da descoberta da penicilina por Alexander Fleming. A batalha contra as superbactérias, que parecia caminhar para um impasse, pode ganhar um aliado decisivo: a velocidade do algoritmo e a multiplicação de possibilidades que só a tecnologia é capaz de oferecer.
Os algoritmos do MIT foram capazes de projetar mais de 36 milhões de moléculas e identificar quais delas tinham atividade antimicrobiana. Antes, o desenvolvimento de um único composto poderia levar até dois anos; agora, em questão de dias, os pesquisadores conseguem resultados que já avançam para testes em laboratório e em animais. As apostas estão voltadas para substâncias capazes de combater desde a bactéria da gonorreia até o estafilococo áureo que atingiu Alexis.