DO UOL
Os Estados Unidos anunciaram hoje que enviaram um porta-aviões para o Caribe para combater supostos "traficantes de drogas na América Latina". A informação foi confirmada pelo Pentágono hoje.
O que aconteceu
Porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o "mais avançado" da sua categoria. O navio está no Mediterrâneo e segue em direção ao Caribe.
Envio tem objetivo de "monitorar e desmantelar atividades e atores e atividades ilícitas", afirmou o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell. Ele comentou o assunto em publicação nas redes sociais na tarde de hoje.
Navio seguirá para área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos, que engloba Venezuela e Brasil. Outros 29 países estão dentro da área mencionada pelo governo dos EUA, todos na América Central e na América Latina.
Pentágono mencionou que Trump quer "combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria". O presidente republicano, que está a caminho da Malásia, não falou sobre o assunto até o momento.
EUA fizeram o 10º ataque no Caribe contra um suposto barco do narcotráfico, matando seis pessoas. A embarcação operava para o cartel Tren de Aragua, segundo o secretário da Defesa norte-americano.
USS Gerald R. Ford tem capadidade de transportar dezenas de aeronaves. Ele foi enviado a Israel em outubro de 2023, após o ataque terrorista do Hamas.
Como é o USS Gerald R. Ford?
Fabricado pela Newport News Shipbuilding, a embarcação é o navio líder da classe Ford de porta-aviões dos Estados Unidos. Segundo o site Naval Technology, foi entregue à Marinha dos Estados Unidos em maio de 2017 e comissionado em julho do mesmo ano.
Ele tem 333 metros de comprimento, 41 metros de largura, pesa 100 mil toneladas e sua velocidade ultrapassa os 30 nós (56 km/h). Carrega até 90 aeronaves (entre caças e helicópteros) e uma tripulação de 4,5 mil militares — com isso, é considerado o maior navio de guerra do mundo.
Seu armamento inclui lançadores de mísseis antiaéreos de médio e curto alcance. Ele também tem sistemas de armas de proximidade e metralhadores Browning M2 de 12,7 mm.
De acordo com o site da Marinha dos EUA, ele também possui usina nuclear. Também há no porta-aviões, segundo a Marinha dos EUA, "equipamento de parada inovador" e um sistema eletromagnético de lançamento de aeronaves.
EUA têm intensificado ataques na América Latina
Anúncio acontece um dia após Trump anunciar que vai fazer incursões terrestres contra cartéis de drogas. Sem mencionar a Venezuela, o presidente disse que o assunto deve ser discutido com o Congresso norte-americano. O republicano afirmou imaginar que os outros políticos não terão nenhum problema com essas ações terrestres.
Presidente também afirmou não ser necessária a declaração de guerra contra os cartéis de drogas. "Bem, não acho que vamos necessariamente pedir uma declaração de guerra. Acho que vamos apenas matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las", disse Trump aos repórteres na Casa Branca.
Segundo Trump, o tráfico de drogas no mar está "quase morto". Ele também defendeu que os criminosos não podem entrar com drogas de forma tão rápida através do solo.
Secretário de Defesa dos EUA comparou os cartéis de drogas a Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. Ao lado de Trump, Pete Hegseth afirmou que, "como o presidente disse, este [os cartéis] são o Estado Islâmico e Al-Qaeda do Hemisfério Ocidental".
"Vamos tratá-los como tratamos a Al-Qaeda. Vamos encontrá-los. Vamos mapear suas redes. Vamos caçá-los e matá-los. Portanto, o Departamento de Guerra não vai degradar ou simplesmente prender, vamos derrotar e destruir essas organizações terroristas para defender a pátria em nome do em nome do povo americano", disse.
A fala do republicano sobre incursões terrestres ocorreu um dia após forças militares norte-americanas destruírem outro suposto barco do narcotráfico no Pacífico. Três pessoas morreram. Após semanas de ataques com mortos no Mar do Caribe, esta foi a segunda ação no Pacífico em poucos dias, como parte de um destacamento naval que, segundo os Estados Unidos, foi planejado para lutar contra o tráfico de drogas.
CIA na Venezuela
Na última semana, Trump confirmou ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela. A confirmação ocorreu horas após o jornal The New York Times divulgar que o governo dos EUA permitiu secretamente que a agência conduzisse operações "secretas e letais".
Presidente dos EUA também disse "considerar" ataques em terra contra cartéis venezuelanos. O presidente Nicolás Maduro, respondeu pedindo "respeito à soberania".
Republicano afirmou que os EUA "certamente" estão olhando para o solo venezuelano. Em entrevista coletiva, Trump sugeriu que os ataques terrestres poderiam ser uma ótima opção porque os EUA já têm o "mar muito bem controlado". A ação seria uma intensificação das operações norte-americanas no mar, cujos alvos são embarcações que supostamente estariam fazendo o transporte de drogas.


















