RENAN MARCEL
Entra ano, sai ano, e a realidade do pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), em Cuiabá, não muda. O órgão acumula milhares de veículos apreendidos, que ficam expostos ao sol e à chuva. Alguns já ocupam até mesmo o gramado do jardim e a área destinada à vistoria dos veículos. Outros ficam até nas calçadas da autarquia. A previsão é de que um leilão seja realizado ainda neste semeste.
O presidente do Detran, Giancarlo Castrillon, justifica a superlotação alegando que a quantidade de carros apreendidos é maior que a de carros retirados, já que a rigidez burocrática para a liberação dos veículos, que envolve o pagamento de taxas atrasadas, diária pelo uso do pátio, além da apresentação de vários documentos, inibe o interesse dos proprietários em retirá-los de lá. Ao RepórterMT, Castrillon afirmou que, "quando comparadas [multas] com o preço de mercado, muitas vezes, o dono do veículo prefere adquirir outro e deixa o "velho" no Detran".
Já o diretor de veículos da autarquia Carlos Miranda, cretita parte da lotação ao aumento da fiscalização no trânsito pela SMTU e pela Polícia Militar (PM).
Para Castrillon, que assumiu a presidência do Detran no começo do ano, o problema da superlotação é uma das grandes preocupações de sua gestão. Ele afirmou já ter montado uma comissão específica dentro do órgão para leiloar cerca de 200 veículos.
“Já vistoriamos e catalogamos cerca de 200 veículos, entre carros, motos e até mesmo carreta, para o leilão” disse. O presidente afirma que o leilão deve acontecer ainda neste primeiro semestre.
O problema é que, um leilão de apenas 200 lotes, não aliviaria nada o pátio, já que, segundo dados do próprio departamento, repassados pelo atual presidente, em fevereiro deste ano, cerca de 8 mil veículos estão apreendidos somente na sede da autarquia. A direção não soube precisar quantos são carros e quantos são motos. Sabe-se que, a maioria é de motocicletas.
Para aliviar, Castrillon pretende levar parte da "frota" para um terreno já em negociação, localizado na avenida Antártica. A locação da área só não foi concretizada, ainda, por questões burocráticas envolvendo o governo do estado, Detran e o proprietário da área. O valor do aluguel não foi informado.
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