ANA ADÉLIA JÁCOMO
Acusado de traição por alguns colegas da Câmara de Cuiabá, o vereador Oséias Machado (PSC) resolveu quebrar o silêncio sobre a polêmica eleição da Mesa Diretora. Segundo ele, o ex-presidente da Casa Júlio Pinheiro (PTB) foi o responsável pela manobra repentina, porém desastrosa, que tentou “amarrar” seu voto e o dos socialistas Onofre Júnior e Faissal Calil na chapa de Adilson Levante (PSB).
Mesmo sendo irmão de Levante, Oséias optou por votar na chapa vencedora de João Emanuel (PSD), no entanto, afirmou ao RepórterMT que em nenhum momento fez parte da base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB) e “deu de ombros” às críticas que recebeu por não ter apoiado Levante.
“Não sou do mesmo partido do Levante, e apesar de ele ser meu irmão, ele também não pode me cobrar o voto, porque ele votou nele próprio”. Ele tem o mandato dele e eu o meu. Não faço parte do grupo que elegeu o prefeito. Só fiquei sabendo que meu irmão era candidato a três horas da eleição.
“A chapa do Levante foi uma manobra repentina, porque o Júlio Pinheiro não conseguiu viabilizar sua candidatura. Quando viu que ia mesmo perder, fizeram uma jogada para ver se arrastava o meu voto, do Onofre e do Faissal, que não deu certo”, criticou ele.
EFEITO RIVA
Segundo Oséias, o presidente da Assembleia Legislativa José Riva, sogro de João Emanuel, não influenciou nas articulações para formação da Mesa Diretora. Ele afirmou que muitas pessoas pensam que Riva desempenhou algum papel, contudo, o vereador disse que já havia diálogos sobre o tema há pelo menos um mês antes da votação.
“A conversa com o João Emanuel ocorria faz tempo. Conversamos muito e construímos isso. Para alguns, sem duvida, a posição do Riva pode ter influenciado, mas no geral não. Tivemos nossas posições respeitadas”, disse ele.
Onofre Júnior é o primeiro vice-presidente. O peemedebista Aroldo da Açofer é o segundo vice-presidente, enquanto o tucano Maurélio Ribeiro ficou com o posto de primeiro secretário e Clovito Hugney (PTB) de segundo secretário.