RENAN MARCEL
O senador Pedro Taques (PDT) não perde a oportunidade de disparar críticas contra o governo de Silval Barbosa (PMDB). No último sábado (31), ele aproveitou o primeiro encontro dos diretórios regionais do partido para tecer sua avaliação sobre a gestão do peemedebista.
Supercotado para disputar as eleições majoritárias em 2014 pelo PDT, com vistas ao Palácio Paiaguás, o senador afirmou que Silval não cumpriu as promessas de campanha e que, em sua gestão, surgiu um segundo estado de Mato Grosso, que seria o estado da Copa.
“Infelizmente, os compromissos assumidos pelo atual governador e então candidato Silval Barbosa em 2010 não foram saudados”, disse aos jornalistas.
O pedetista exemplifica suas críticas alegando que costuma assistir os programas eleitorais de disputas passadas. Segundo ele, dentre as promessas de Silval à época, não foram feitos os investimentos na área da Saúde, por exemplo.
“Eu costumo assistir aos programas das eleições passadas. Nenhum dos compromissos foi saudado, por exemplo: se comprometeu a construir 120 UPAs. Nós não temos no estado 11 UPAs. Está escrito lá no programa eleitoral. E a Saúde é um caos no estado todo”, disparou.
Nem mesmo as obras da Copa do Mundo, que nos bastidores são consideradas como argumentos que sustentarão futuramente uma investida de Silval em uma nova candidatura, escaparam. “Parece que nós temos dois estados, o estado de Mato Grosso e o estado da Copa. A Copa não é só de Cuiabá, a Copa é do estado todo e não pode ser resumida à mobilidade da Miguel Sutil’, minimizou o senador.
Em tempos de greve na Educação, o senador lembrou dos péssimos índices em que a área aparece nas pesquisas nacionais e lamentou que “o Tribunal de Contas revela que a Educação de Mato Grosso é uma das piores do Brasil. É algo que não nos orgulha”.
No âmbito da economia Taques comparou os números atuais do orçamento do Estado com os de dez anos atrás. Neste período, “o orçamento cresceu quase 300% e a população 27%. Isso mostra que o Estado tem muito dinheiro, mas esse dinheiro está sendo mal aplicado”, disse ao criticar a segurança pública de Mato Grosso, que conta com efetivo policial inerte. “O número de policiais militares, civis e bombeiros é o mesmo de dez anos”, disse.
Já utilizando o que parece ser um prenuncio do discurso das próximas eleições, o pedetista lança mão do endividamento do governo e propõe: “temos que pensar qual será o estado a partir de 2015 com esse volume de endividamento. Segundo informações do Tribunal de Contas da União (TCU), o Estado não terá 30% em 2015 para investimento e custeio, nem 30% da receita corrente líquida. Isso é muito pouco para o Estado investir”.
Taques garante que as críticas que faz não são direcionadas ao governador. Ele argumenta que não está pessoalizando sua avaliação negativa. “Temos críticas, não ao governador, na política nós não podemos pessoalizar, mas à forma de se administrar”, finalizou.
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