ANDRÉA HADDAD
Apesar das críticas contundentes de deputados estaduais até mesmo da base de sustentação, o governador Silval Barbosa (PMDB) demonstra otimismo na relação com a Assembleia Legislativa e avalia que as queixas do representante do PT na Casa, Ademir Brunetto, são de caráter pessoal. “A Assembleia nunca tem nos negado apoio. Todas as vezes em que mandamos projetos, foram aprovados. As pessoas confundem debate, que tem, precisa mesmo ter no Parlamento, eu passei oito anos ali, é o lugar de contestar, vocês podem ver que todos os projetos vêm enriquecidos com as mudanças dos parlamentares”, ameniza.
Sobre as reclamações lideradas por Brunetto de “descontrole” no gerenciamento dos recursos do Estado, com falta de repasse para Saúde e Educação nos municípios e aprovação de inúmeras mensagens de créditos suplementares em caráter de urgência urgentíssima, Silval diz que o petista culpa o Governo do Estado pela derrota da esposa Lucimar Brunetto, do mesmo partido, na disputa pela Prefeitura de Alta Floresta contra o médico peemedebista Asiel Bezerra, que obteve 16.761 votos, contra 10.727 votos da adversária. Segundo o governador, Brunetto não disparava críticas ao Executivo até 40 dias antes do fim das eleições.
“O Brunetto é pessoal, porque ele foi derrotado nas urnas em Alta Floresta e ele acha que eu sou o culpado, mas eu não sou o culpado, ele perdeu a eleição, a política é isso. Até uns 40 dias antes você ouvia ele falar alguma coisa? Ali é pessoal, eu não entro no pessoal”, contrapôs o chefe do Executivo.
Deputado do PT troca farpas com líder do Governo e declara luto
Em relação ao pedido de lideranças como os deputados estaduais José Riva (PSD) , Sebastião Rezende e Hermínio Jota Barreto, ambos do PR, sobre uma articulação incisiva no Governo Federal para suspender a desocupação dos posseiros de Suiá-Missú, Silval diz ter feito tudo o que estava a seu alcance. “Eu fiz uma petição para suspender a desocupação até que se julgue o mérito, eu não sei o porquê desta decisão afobada de desocupar, deixa julgar o mérito, se tivesse julgado o mérito, eu tenho certeza que não teríamos esta confusão toda no Araguaia. Conversei várias vezes com a Dilma, umas cinco vezes com o ministro da Justiça, umas cinco vezes com AGU (Advocacia Geral da União), Funai (Fundação Nacional do Índio), tudo isso eu fiz, agora está aqui em Cuiabá, o juiz Marlon insiste na determinação dele”, pondera.
Deputados pressionam Silval a defender produtores em Brasília
O governador também contestou as críticas às Organizações Sociais (OS) contratadas pelo Executivo para gerenciar unidades hospitalares. “Não vai mudar porque está dando certo, vão aos nossos hospitais de Colíder, Sorriso, Alta Floresta e Cáceres, mudou para melhor”, defende, na contramão das reclamações também recebidas de sindicatos e entidades ligados à área da Saúde.