ANDRÉ MICHELLS
DA REDAÇÃO
O governador eleito de MT, Pedro Taques (PDT), já deve começar a trabalhar com sua equipe de transição para assumir o posto no dia 1º de janeiro de 2015. Taques vai encontrar um estado quebrado, como afirmou o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), um de seus maiores aliados na campanha vitoriosa.
Além de faltar dinheiro em caixa, Taques vai ver que as dívidas passam de R$ 9 bilhões. As obras da Copa (quase todas inacabadas) com problemas técnicos de execução, além de suspeitas de superfaturamento serão outra dor de cabeça.
Além disso, há secretarias sucateadas, convênios sob suspeita de fraude, e uma operação 'raspa tacho' em curso. Por isso é importante colocar a equipe de transição o mais rápido possível para trabalhar e evitar mais saqueamento aos cofres.
O governador eleito disse, durante campanha, que vai concluir todas as obras deixadas para trás por Silval Barbosa (PMDB), inclusive o VLT. Mas quem pensa que, ao assumir o Paiaguás, Taques vai tocar tudo como se nada estivesse errado, se engana.
Grandes auditorias e investigações profundas em todas as obras estão na pauta e, encontar mecanismo para punir a bandalheira e fazer com que os possíveis larápios do erário devolvam o que roubaram, deve ser um desafio maior até, do que concluir as mal planejadas, mal executadas (as poucas que estão prontas) e inacabadas obras da Copa que, aliás, já acabou há meses.
“Vamos buscar aqueles valores que segundo informações foram roubados. Não me interessa quem fez, o que interessa é que possamos entregar aquelas obras, e quem roubou dinheiro do cidadão tem que ser investigado, isso faz parte da democracia”, disse.
O governador Silval Barbosa (PMDB) foi classificado como o 4º pior governador do Brasil, segundo pesquisa do Instituto Ibope divulgada, nesta quarta-feira (17), pela Rede Globo e pelo jornal Estado de São Paulo.
"Vamos buscar aqueles valores que segundo informações foram roubados. Não me interessa quem fez, o que interessa é que possamos entregar aquelas obras, e quem roubou dinheiro do cidadão tem que ser investigado"
Na lista dos 26 Estados que compõem a República Federativa do Brasil, o governador de Mato Grosso ocupa o 24º lugar, ficando atrás apenas do Distrito Federal, que ficou em terceiro lugar, Amapá que ficou em segundo e Rio Grande do Norte, que ocupa a primeira colocação no quesito ineficiência.
VLT
Obra mais cara em andamento, que poderia ser a glória do atual gestor, marcou, ao contrário, o fracasso de Silval. Orçado em R$ 1,5 bilhão, o polêmico modal, ainda não andou um metro sequer e deveria estar pronto em 31 de março de 2014. Pelo andar das obras, é possível prever que, nos próximos 5 anos, ainda não ficará pronto.
Aeroporto
O local também era para a Copa, mas ainda está em obras e, tão cedo, não devem ser concluídas. Já foram consumidos mais de R$ 100 milhões na reforma, mas bastou chover para a água invadir o terminal e partes do teto (forração) caírem.
Estradas
A MT-10 e a 251, Guia e Chapada, respectivamente, vivem caos na porta de entrada da Capital. As demais MTs, no interior do estado, não estão em situação melhor. Buracos tomam conta do asfalto de má qualidade e, em algumas regiões os motoristas ainda têm que pagar pedágio. O MT Integrado promete amenizar o caos vivido no interior, mas pouco foi feito até aqui, apesar de muito ter sido gasto.
Trincheiras
O trânsito da Capital vive clima de guerra e as três maiores trincheiras, que desafogariam o tráfego, estão em fase de acabamento que nunca acaba. A do Santa Rosa, segue interditada por falta de segurança.
A Ciríaco Cândia ainda 'chora' e não mostrou, até aqui, para que serve. A Jurumirim / Trabalhadores, a chamada trincheirona, segue vai demorar a ser aberta, Custou R$ 46 milhões ao contribuinte. A do Zero KM, em VG, apesar de aberta, é mal executada, e os mortoristas se arriscam tentando desviar das tampas de bueiro que 'saltam' a cada 50 metros, elém do asfalto irregular.
Sefaz
Mas de todas as obras, nenhuma é tão inútil e vergonhosa quanto o Viaduto Jamil Boutros Nadaf (Sefaz). O elevado está interditado por risco de desabamento. Fissuras e rachaduras foram detectadas e a obra, que chegou a ser liberada para o tráfego, funcionou por apenas algumas semanas. A obra custou R$ 18 milhões e, segundo o CREA-MT, poderia cair se não fosse interditada. A intedição ocorreu no dia 06 de agosto e não há previsão de liberação.
Viadutos
Composto por um viaduto e uma trincheira, o Complexo Viário do Tijucal ainda está pela metade. A trincheira terá 740 metros de extensão e fará um “mergulho” na BR 364 até a avenida Arquimedes Pereira Lima.
O viaduto, de 520 metros de extensão, fará a ligação da BR-364, passando por cima do trevo de acesso do bairro Tijucal até a avenida Fernando Correa da Costa. Na teoria, lindo mas, na prática, é mais uma obra mal feita, mal planejada e atrasada da Copa. Custou: R$ 30.141.135,72.
O viaduto da UFMT segue torto e o fluxo maior, pasmem, passa ao lado e não por cima. Dos grande, o único totalmente pronto é o viaduto do Despraiado, que tem o morro ao lado que foi atingido por causa da obra. Até hoje, 6 de outubro, a empresa contratada para fazer a contenção, não começou os trabalhos.