MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) declararam em coletiva, na tarde desta quinta-feira (28), que as acusações que correm contra o vereador João Emanuel (PSD), afastado da presidência da Câmara Municipal de Cuiabá são de crimes de peculato, falsificação de documento público, uso indevido do dinheiro público, fraudes de licitação, corrupção e crime de organização criminosa.
“O que estamos investigando é uma possível organização criminosa que tenha se instalado na Câmara Municipal”, afirmou o chefe do Gaeco, Marco Aurélio Castro.
Em gravação ,que está em poder do Ministério Público, o então presidente da Câmara, citava que era preciso dividir a propina de desvios com os demais vereadores.
Todos os 25 vereadores de Cuiabá, foram intimados pelo Gaeco, a prestarem depoimentos. Os parlamentares serão ouvidos na próxima sexta-feira (29). “Há indícios de provas. Vamos ouvir os vereadores para saber se esses fatos conferem a eles ou não”, relatou o promotor Arnaldo da Silva Justino.
De acordo com os promotores, as provas apontam que com dinheiro de factorings, João Emanuel fraudava a licitação da Câmara, através de um esquema com a Gráfica Propel.
Assim como o verador, a gráfica também foi alvo de busca e apreensão realizada pela Operação Aprendiz, desencadeada pelo Gaeco, na manhã desta quinta-feira (28).
A investigação aponta que a Câmara firmou um contrato com a Gráfica Propel no valor de R$ 1.493.641,00 pagos a empresa. Comparando os gastos, o Ministério Público apurou que no mesmo período a Prefeitura de Cuiabá, com todas as suas despesas de secretarias e atribuições, gastou em materiais gráficos a quantia de R$671.755,03.
Nas notas fiscais emitidas pela PROPEL, dentre as aquisições da Câmara estão cinco mil crachás de identificação para eventos. Para os promotores, os valores e quantidades absurdas são características de desvio do dinheiro público.
Em coletiva na manhã desta quinta-feira (28), João Emanuel, negou as acusações e alegou ser alvo de perseguição política. “Para mim isso é uma ação política. É uma ação vexatória. Mas não tenho nenhuma dificuldade de passar por isso com tranquilidade”, rebateu.