RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O presidente da Câmara de Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB), decidiu comprar um painel para votação eletrônica pelo custo "módico" de R$ 230 mil. A decisão foi publicada no dia 10 de dezembro, no Diário Oficial de Contas, que apresenta a empresa Votech Tecnologia Ltda como vencedora do pregão presencial, sendo esta a responsável pela entrega e instalação do produto.
Junto com a publicação do vencedor da licitação, 'saiu' também a homologação do contrato, o que não costuma ocorrer.
"Temos 24 vereadores o painel não tem como ser utilizado, pois não comporta a todos”, informou a Presidência.
Para falar sobre a compra do aparelho, em tempos de crise, já que o próprio presidente da Câmara, vereador Júlio Pinheiro (PTB), vem alardeando a necessidade de cortar gastos, devido "ao rombo deixado pela getsão anterior do ex-vereador cassado, João Emanuel", o tentou manter contato com o presidente na tarde desta segunda-feira (14), mas não obteve sucesso. O mesmo ocorreu com o 1° secretário da Câmara, vereador Chico 2000 (PR).
Por meio da assessoria de imprensa, o Legislativo cuiabano informou que o atual painel de votação não está funcionando, uma vez que o aparelho é da Legislatura anterior onde continham apenas 19 vereadores. “Temos 24 vereadores o painel não tem como ser utilizado, pois não comporta a todos”, informou a Presidência.
Cada vereador recebe hoje R$ 27 mil de verba de gabinete, sem contar a verba indenizatória de R$ 15 mil paga a cada vereador e o salário de aproximadamente R$ 15 mil, o montante soma "modestos" R$ 60 mil mensais, para custear cada um dos 24 vereadores.
Outra questão alegada pela Câmara é de que há dificuldade no registro de presença dos vereadores. “O plano de digitalização das votações e o registro de presença dos vereadores é antigo. O presidente Júlio Pinheiro e os demais membros da Mesa Diretora estão trabalhando nisto desde que assumiram o comando da Casa de Leis. A medida visa garantir maior transparência e está sendo realizada dentro de um cronograma”, informou a assessoria de imprensa da Casa.
A decisão da Mesa Diretora desfaz o discurso de que a Câmara de Cuiabá está tomando medidas para minimizar a crise vivida pela a maioria dos brasileiros e pelo poder público. No dia 1° de dezembro, os 25 vereadores anunciaram a extinção de duas verbas a de gabinete e custeio. Naquele período, Júlio Pinheiro disse que a extinção da verbas tinha a finalidade de zerar um déficit orçamentário na ordem de R$ 2 milhões, e é exatamente esse o valor que o presidente do Parlamento cuiabano pretendia economizar com a extinção do pagamento.
“Nós estamos com muita dificuldade orçamentária e ano que vem é o ano da Lei de Responsabilidade Fiscal, eu tenho que entregar a minha gestão 100% zerada, então não cabe a mim ficar chorando o leite derramado, eu tenho que resolver o problema. Como nós temos ainda um déficit orçamentário e não financeiro de mais de R$ 2 milhões, nós precisamos economizar e resolver de vez essa situação” argumentou Pinheiro em entrevista recente.
Só para lembrar cada vereador recebe hoje R$ 27 mil de verba de gabinete, o valor é usado exclusivamente para pagamento de funcionários. A Câmara gasta R$ 8, 1 milhões anualmente para manter o subsídio, isso sem contar a verba indenizatória de R$ 15 mil paga a cada vereador e o salário de aproximadamente R$ 15 mil, o que soma "modestos" R$ 60 mil mensais, para custear cada um dos 24 vereadores.