MÁRCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Sem muitas saídas, o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD) negou insistentemente à imprensa, nesta terça (3), qualquer participação em um esquema de fraude à licitação da Casa.
Em todas as perguntas feitas na coletiva, a resposta do vereador teve a “explicação”. “Foi uma montagem”, alegou diversas vezes João Emanuel.
Com um suposto documento das investigações feitas pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), João Emanuel tentou convencer a imprensa que o vídeo em que explica como fraudar o sistema de licitação da Casa, é uma fraude encomendada.
“Nas falas que estão sendo postas fica claro que houve truncagem e montagem de tudo isso. Uma tentativa preparada de delapidar o patrimônio moral de alguém. Como isso ser tido como crível ou válido?”. rebateu.
João Emanuel chegou a afirmar que o vídeo foi montado por um “esquema” do executivo, por interesse político.
O parlamentar alega que os documentos do Gaeco provam que o vídeo é uma farsa produzida por servidores da Prefeitura Municipal. Como o policial civil, chefe de inteligência do município, Wilton Brandi Júnior, e o secretário de gestão, Pascoal Santullo Neto e do advogado pessoal do prefeito, José Antônio Rosa, que seriam os responsáveis diretos pela gravação.
“O que deve ser entendido é que foi montado. Eu gostaria só que tivessem a oportunidade de ver o documento que há no Gaeco que conta q é uma montagem”, pediu.
João Emanuel afirmou que vai se defender e que não se arrepende das declarações feitas.
Veja o vídeo da coletiva com as "explicações" de João Emanuel
Entenda do caso
O vereador que renunciou nesta terça (3) ao cargo de presidente da Câmara Municipal é investigado pelo Ministério Público Estadual, por um suposto “esquema” de grilagem e falsificação de documentos de imóveis que seriam usados como garantia para pagar agiotas, a fim garantir recursos para a campanha de 2014.
As investigações da Operação Aprendiz, deflagrada pelo Gaeco na última quinta (28) tem como principal prova um vídeo em que o vereador explica como fraudar o sistema de licitação da Casa, e fala da necessidade de dividir a propina com os demais vereadores e membros do executivo.
A gravação foi feita por uma pessoa que teve a assinatura falsificada e dois terrenos entregues como garantia para um "credor" de Emanuel.
Explicando como poderia fraudar a licitação, o vereador estava propondo um "esquema" para contratar os serviços da empresa da vítima, que seria recompensada em troca do silêncio e da entrega dos terrenos.