RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa - que investiga a “farra dos incentivos fiscais” no Estado - o mega empresário Eraí Maggi negou qualquer irregularidade, e até se irritou algumas vezes, nesta quinta-feira (24), ao responder sobre o suposto uso da Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), na qual tem 83% das ações, para sonegar impostos.
“Vocês ficam colocando palavras na minha boca. Perguntaram se tenho alguma coisa a receber? Não tenho nada para recolher. Temos muito sim, para receber”, rebateu o 'rei da soja' à imprensa.
A CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal apura se o "rei da soja", como é conhecido mundialmente, usou a cooperativa para obter vantagens indevidas junto à Secretaria de Fazendo do Estado, em benefícios diretos ao Grupo Bom Futuro, do qual também é o maior acionista e que mantém transações com a Cooamat. A investigação mostra que dos 36 associados apenas 22 utilizam a cooperativa para comprar ou vender insumos e commodities agrícolas.
“Eles acham que estão dentro da legalidade e a CPI acha que não. Além disso, a CPI constatou sonegações fiscais", disse o deputado José Carlos do Pátio, que preside a CPI.
Irritado, ele respondeu que não há ilegalidade nisso. “Vende para quem paga mais. Se deu para colocar na cooperativa para que beneficie a todos, ele [cada produtor] coloca, se não, vende direto. Por isso que não dá conflitos de interesses, nem prejudica o pequeno empresário”, argumentou Eraí.
Sobre os supostos incentivos, que teria recebido por meio da cooperativa, Eraí Maggi afirma que o benefício “é zero. Não tem incentivo fiscal para nenhuma cooperativa e nem para o produtor, todo mundo sabe disso”.
Ele afirmou que é impossível que o Grupo Bom Futuro tenha cometido irregularidades nas contas fiscais. “Os Ministérios Públicos Federal e Estadual, Receita Federal e Polícia Federal ficaram dentro da Bom Futuro todo esse tempo olhando centavo por centavo. Deram nota 10 para gente”, alegou o mega produtor.
Mesmo afirmando aos deputados, durante o depoimento, que se irregularidades forem constatadas em sua empresa pagaria o valor devido aos cofres públicos, para a imprensa ele mudou o tom. “Vocês ficam colocando palavras na minha boca. Perguntaram se tenho alguma coisa a recolher? Não tenho. Temos muito sim, para receber”, rebateu. Na sequência disparou: “trabalho certo”.
As respostas do empresário não convenceram o presidente da CPI, deputado Zé Carlos do Pátio (SD). “Eles acham que estão dentro da legalidade e a CPI acha que não. Além disso, a CPI constatou sonegações fiscais, não pode falar valor devido ao sigilo, mas dos três itens que investigamos, o que mais sonegou foi o regime especial, em segundo os incentivos ficais e em terceiro as cooperativas”, acusou o parlamentar.
CPI
O depoimento do empresário foi o último da Comissão Parlamentar, após 108 reuniões. Segundo o presidente, deputado Zé Carlos do Pátio, as investigações apontam que empresas de Mato Grosso sonegaram juntas, quase R$ 2 bilhões. O relatório final deve ser entregue até o próximo dia 15 de dezembro quando termina o prazo.
Norival Rico Filho 26/11/2016
Porque vocês deputados não usam o precioso tempo de vocês para ao invés de achar cabelo em ovo promover um debate onde incentivem a verticalização da produção do Mato Grosso que vende matéria primária aos Estados e países. Estamos sendo usados no MT. Sejam mais inteligentes. Ou é pedir muito?
alexandre 24/11/2016
olha a expressão no rosto de Emanuel, já diz tudo.... de 100 % 70 imposto FREE, os 30 % vão pela cooperativa, só servidor publico e pequeno empresário que paga imposto no Estado.
2 comentários