ANDRÉA HADDAD
Membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa (AL) questionam a legitimidade do líder do Governo na Casa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), ao relatar o processo referente ao pedido de autorização para que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigue o governador Silval Barbosa (PMDB), por atos praticados à época em que era membro da Mesa Diretora da AL.
Da região de Sinop, Dilmar Dal Bosco (DEM) devolveu o projeto nesta quarta (31) à Casa após pedido de vista, mas já antecipou que há colegas, como Ademir Brunetto (PT), com base eleitoral em Alta Floresta, que também pretendem pedir mais tempo para analisar o conteúdo.
Em relação à legitimidade da relatoria feita por Romoaldo, Dilmar defende que o líder do Governo deveria ter enviado à AL um ofício para comunicar a troca do titular, o deputado Walace Guimarães, prefeito eleito de Várzea Grande, pelo colega de bancada.
“Há dúvidas se o Romoaldo poderia ter relatado e emitido o parecer pelo não envio ao STJ, em um clara decisão política, mas respeitamos o posicionamento dele”, declarou Romoaldo, que pretende votar a favor da abertura de investigação pelo STJ.
19h30 - Ademir Brunetto ressalta que há 12 advogados de defesa do governador no processo que relata ações consideradas comprometedoras por Silval quando presidia a AL, como formação de quadrilha e desvio de dinheiro público. “O STJ deu esperança de que os crimes podem ser pagos. É necessário que esta Casa tome uma decisão em defesa do governador ou de cumplicidade com atos cometidos quando ele era membro da Mesa Diretora desta Casa”.
O petista abriu mão do pedido de vistas sob o argumento de que haverá represálias do Governo do Estado. “Maior autoridade do Estado, [o governador] posa de bom moço, mas está claro para o STF a cumplicidade do réu. Nós temos que dar a oportunidade para que o STJ julgue os crimes apontados pelo MPF. Se não houver irregularidades, o nosso governador será absolvido”.
Riva, por sua vez. negou desvio de dinheiro por Silval. Segundo ele, trata-se apenas de uma licitação para contratar serviço de mídia pela Casa. “Faço esta observação porque também sou réu no processo”.