Cabos eleitorais devem ir ao MP para cobrar Jacy Proença

MAYARA MICHELS

Novos cabos eleitorais contratados pela candidata a deputada estadual, no ano passado, professora Jacy Proença, continuam denunciando ao RepórterMT, a falta de pagamento pelos meses trabalhados durante a campanha de 2010, na qual Jacy foi derrotada. Proença e o filho teriam feito contratos, que  não foram quitados, com lideranças de bairros.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que recebeu as denúncias dos cabos eleitorais e disse que todas foram repassadas ao procurador da República, Thiago Lemos de Andrade, que é responsável pelas investigações, mas para receberem o dinheiro, os cabos eleitorais devem procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT).

O MPT informou que já recebeu denúncias sobre o caso, mas os processos estão sendo abertos contra o partido de Jacy Proença, e contra a coligação, não contra a pessoa de Jacy.  Os cabos eleitorais têm o prazo até outubro do próximo ano para formalizar as denúncias, para que seja aberto o processo de ação trabalhista. O trabalhador deve comparecer no local com todos os documentos que comprovem os dias trabalhados e com o contrato de trabalho.

A Dona de casa Jocimary Gomes dos Reis foi líder do Bairro Real Parque e diz que também não recebeu os dois meses trabalhados para a professora.  “Trabalho sempre como cabo eleitoral e sempre recebo, foi a primeira vez e a última para ela. O contrato foi de R$1,2 mil e ela não me pagou nada. As três pessoas do meu grupo também não receberam”, contou Jocimary.

A vendedora Maria Nelzita alega que comandou um dos grupos do CPA e junto com sua equipe também não recebeu o dinheiro. “Fizemos empréstimos para abrir uma lojinha contando com esse dinheiro. Não recebemos e estamos devendo até hoje, já que prometemos o dinheiro antes de receber”, contou.

Segundo uma das líderes do bairro Parque Cuiabá, Maria Auxiliadora, o seu contrato também foi de R$ 1,2 mil por um período de dois meses. A função da líder era visitar todas as casas do bairro juntamente com outras quatro pessoas da região a fim de "promover a candidata". 

“Muitas pessoas receberam o dinheiro, acho que os contratos extras que ela fez, não deu conta de pagar. Já abri um processo no Ministério do Trabalho e aguardo pela segunda audiência, porque na primeira ela não compareceu. Não trabalho e não voto nunca mais nesta mulher”, relatou uma das líderes e consultora de vendas Maria Auxiliadora.

SEGURO

O TRE salienta que nas próximas eleições os candidatos deverão informar os nomes de todos os seus cabos eleitorais. Com isso, os trabalhadores terão mais segurança para quando houver falta de pagamento, porque terão como provar, com menos burocracia, que trabalharam para o candidato.


OUTRO LADO

Em entrevista ao RepórterMT, na semana passada, a professora Jacy Proença disse que desconhece a falta do pagamento e nunca viu tais cabos eleitorais. “Quem teve contrato recebeu o dinheiro. Não tenho nada a declarar sobre isso, não conheço essas pessoas”, disse. Ela chamou os cobradores de  oportunistas que querem prejudicar sua candidatura para as eleições municipais do ano que vem. “Essas pessoas estão vendo que eu vou me candidatar e querem me atrapalhar”, concluiu. Jacy é pretensa candidata à prefeitura de Cuiabá.