RENAN MARCEL
Os vereadores da base aliada ao prefeito Mauro Mendes (PSB) prometem recorrer à Justiça contra o presidente da Câmara de Vereadores, João Emanuel (PSD), caso ele não aceite o afastamento temporário aprovado em sessão polêmica.
Em entrevista coletiva nessa quinta-feira (29), o grupo governista garantiu que a medida não tem ligação com o Palácio Alencastro.
O vereador Chico 2000 (PR) ficou à frente das declarações e disse não haver outra alternativa a não ser a judicialização do afastamento, caso o social democrata insista em permanecer no cargo de presidente.
Eles exigem que o vice-presidente da Câmara,vereador Onofre Júnior (PSB) assuma o cargo em até 48 horas após a notificação oficial, que deverá ser feita pela Comissão Processante, presidida pro Chico 2000.
Onofre, por sua vez, afirmou que só irá assumir caso os vereadores consigam legitimar judicialmente a interferência. “Se for algo administrativo, não tem o menor valor”, disse. Contrariando-os, João Emanuel promete presidir a sessão na próxima terça-feira (03).
O caso
Durante a sessão ordinária desta quinta-feira, o líder de Mendes na Câmara, vereador Leonardo Oliveira (PTB) apresentou requerimento solicitando o afastamento temporário de João Emanuel (PSD), sob o argumento de que o presidente não respeitou o regimento interno da Casa em diversas ocasiões, principalmente, na criação da CPI dos Maquinários. Na tribuna o petebista mencionou que tais atitudes configurariam quebra de decoro parlamentar.
Surpreso, João Emanuel colocou em votação o requerimento, mas tratou de deixar claro aos parlamentares que quebra de decoro culminaria em cassação, tornando, assim, a cassação, e não o afastamento solicitado, o objeto de votação. O resultado foi que Joao Emanuel permaneceu presidente após a apreciação dos vereadores.
Não satisfeitos, os vereadores da base reabriram a sessão mesmo após duas horas de sua finalização formal. A sessão foi reaberta pelo vereador Haroldo Kuzai (PMDB) onde só estavam presentes os vereadores de sustentação do prefeito. Nessa sessão extraordinária eles votaram o afastamento de João Emanuel.