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Cuiabá, 13 de Novembro de 2025
13 de Novembro de 2025

13 de Novembro de 2025, 16h:20 - A | A

POLÍCIA / 30 HORAS DE JULGAMENTO

Trio é condenado a 71 anos e 8 meses de cadeia por duplo homicídio no Shopping Popular de Cuiabá

A sentença foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, titular da 1ª Vara Criminal de Cuiabá

GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT



Após dois dias de julgamento e mais de 30 horas de sessão, o Tribunal do Júri condenou hoje (13) Jocilene Barreiro da Silva, Vanderley Barreiro da Silva (mãe e filho) e Sílvio Júnior Peixoto pelo duplo homicídio triplamente qualificado de Gersino Rosa dos Santos, conhecido como Nenê Games, e Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, ocorrido dentro do Shopping Popular de Cuiabá, em 23 de novembro de 2023. As penas somam 71 anos e 8 meses de prisão.

A sentença foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, titular da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. O julgamento teve início na terça-feira (12), foi suspenso à noite e retomado na manhã desta quarta (13).

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O executor, Sílvio Júnior Peixoto, e o mandante, Vanderley Barreiro, foram condenados cada um a 23 anos e 4 meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Já Jocilene, apontada como uma das mandantes do crime, recebeu 25 anos de reclusão, também em regime fechado. A decisão foi tomada por voto unânime dos jurados.

Julgamento

Durante o primeiro dia de sessão, que começou às 9h e se estendeu até quase 19h, foram ouvidas testemunhas de acusação, familiares das vítimas e os três réus.

O delegado Nilson Farias, responsável pela investigação, afirmou que o crime foi motivado por vingança. Segundo ele, Jocilene e Vanderley buscavam retaliar a morte de outro filho e irmão da família, assassinado dias antes.

Foi uma tentativa de aliviar a dor de uma mãe, mas acabou atingindo inocentes”, declarou o delegado.

O policial civil Leonardo Rech, que participou da prisão dos envolvidos, relatou que Sílvio foi detido em Uberlândia (MG) e confessou o crime, afirmando ter sido contratado por R$ 10 mil. Ele também revelou que o executor adquiriu a arma e planejou a fuga com auxílio dos mandantes.

Durante o interrogatório, Sílvio afirmou ter aceitado o homicídio para quitar uma dívida de R$ 5 mil com Vanderley e disse que foi ameaçado para cumprir o crime. Já Vanderley tentou isentar a mãe, dizendo que Jocilene chegou a pedir que ele desistisse do plano. A acusada preferiu permanecer em silêncio durante o depoimento.

Na sustentação oral, a promotora de Justiça Élide Manzini afirmou que o crime foi premeditado e executado em conjunto, exibindo provas, áudios e fotos que reforçavam a participação dos três réus.

A condenação

As três qualificadoras reconhecidas pelos jurados foram:

  • Motivo torpe, pela vingança ligada à morte de um familiar;

  • Recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, com disparos pelas costas;

  • Perigo comum, já que o crime ocorreu em local de grande circulação de pessoas.

A juíza Mônica Perri destacou que as penas foram fixadas conforme o Código Penal e a legislação aplicável aos crimes hediondos. O julgamento foi acompanhado por familiares das vítimas e representantes do Ministério Público.

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 23 de novembro de 2023, dentro do Shopping Popular de Cuiabá. Segundo a denúncia, Jocilene e Vanderley encomendaram a morte do lojista Gersino Rosa dos Santos por vingança. O executor Sílvio Júnior Peixoto se aproximou da vítima e atirou duas vezes pela nuca.

Um dos disparos atravessou o corpo de Gersino e atingiu o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, que estava à frente e também morreu. A ação foi registrada por câmeras de segurança, gerando grande comoção social por ter ocorrido em um dos centros comerciais mais movimentados da capital.

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