facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 15 de Agosto de 2025
15 de Agosto de 2025

15 de Agosto de 2025, 14h:21 - A | A

POLÍCIA / ESQUEMA DE R$ 21 MILHÕES

Ministro do STJ aponta ausência de indícios contra desembargadores e manda operação de volta ao TJ

CNJ informou sobre um possível envolvimento de autoridades com foro privilegiado no esquema que gerou rombo de R$ 21 milhões

DO REPÓRTERMT



O ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o envio das investigações da Operação Sepulcro Caiado de volta ao primeiro grau do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão, proferida nesta sexta-feira (15), foi tomada após o magistrado concluir que não há indícios concretos de participação de desembargadores no esquema, afastando, assim, a competência da Corte Superior.

O processo chegou ao STJ depois que a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) informou sobre um possível envolvimento de autoridades com foro privilegiado. Com base nessa comunicação, o presidente do Tribunal determinou, à época, que o inquérito fosse remetido à Corte. No entanto, segundo o magistrado, o relatório final da Polícia Civil e o parecer do Ministério Público Federal (MPF) descartaram a participação de magistrados com prerrogativa de foro.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Leia mais - Investigação aponta que empresário apagou mensagens no WhatsApp antes da operação

Não há indícios de envolvimento de desembargadores nos crimes em apuração. Razão pela qual não subsiste, nesta etapa processual, competência do Superior Tribunal de Justiça para processamento e julgamento do feito”, escreveu o ministro na decisão.

Com a decisão, o inquérito e ações cautelares correlatas retornam para a competência do Juízo de Garantias de Cuiabá, que dará continuidade à tramitação.

Sepulcro Caiado

Deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, a operação investiga um grupo acusado de desviar R$ 21 milhões de depósitos judiciais por meio de ações fraudulentas. Ao todo, a força-tarefa cumpriu 11 mandados de prisão, 22 de busca e apreensão e 16 ordens de bloqueio de valores que somam R$ 21,7 milhões, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.

Segundo a apuração, advogados, empresários e servidores do Tribunal de Justiça do Estado teriam atuado para simular quitação de dívidas com comprovantes falsos e liberar alvarás de forma irregular. Entre os acusados está Mauro Ferreira Filho, servidor do TJMT apontado como um dos articuladores do esquema.

Ao menos 17 processos, protocolados entre 2018 e 2022, são investigados. Em um dos casos, uma pessoa judicialmente interditada teve seu nome usado de forma fraudulenta para movimentar mais de R$ 1,8 milhão — valor muito acima da dívida real.

Com a devolução do caso para Mato Grosso, as investigações seguem agora sob responsabilidade exclusiva da Justiça estadual.

Comente esta notícia