MAYARA MICHELS
Depois de oito meses de reativação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), em Cuiabá, delegados ainda batem cabeça para identificar quadrilhas especializadas em assalto a banco, residências e empresas de transporte coletivo. Segundo o titular da unidade, delegado Roberto Amorim, chefes do crime estão "escalando" bandidos que não se conhecem, inclusive de outros estados, para se encontrarem apenas no dia do assalto, o que dificulta as investigações.
“Quando prendemos um envolvido, ao ser interrogado, diz que não conhece os comparsas e que foi contratado apenas para realizar aquele roubo. Após o assalto, cada integrante segue seu rumo, e quando é pego, realmente não sabe informações dos comparsas”, afirmou o delegado.
O delegado afirma que há vários chefes de quadrilha que têm listas dos chamados "soldados" (bandidos), e assim que decide roubar um local, o chefe é quem define quem praticará o assalto, escolhendo um ladrão de cada lugar da cidade. Além disso, os ladrões têm “cadastros” com vários chefes de quadrilha.
No total, cerca de 100 bandidos já foram identificados na delegacia. “Estamos catalogando todos, identificando com fotos, dados e endereços. Uma parte já está presa, outra, estamos monitorando”, disse o delegado.
A missão da Derf, segundo o delegado, é trazer os números de roubos e furtos para um patamar considerado "aceitável" e está trabalhando em conjunto com outras unidades da Polícia Civil, como as Delegacias de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Adolescentes (DEA), e Entorpecentes (DRE). "No trabalho repressivo, com a criação do banco de dados e núcleo de inteligência, estamos coletando provas e, evidentemente, com a prisão dessas pessoas, os índices poderão chegar a aceitáveis", disse.
