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Cuiabá, 17 de Outubro de 2025
17 de Outubro de 2025

17 de Outubro de 2025, 12h:34 - A | A

POLÍCIA / VENDA DE SENTENÇAS

PF encontra indícios de repasse de R$ 1,12 milhão a filha de ministro do STJ em celular de lobista de MT

Andreson de Oliveira Gonçalves tinha foto que mencionava a transferência de R$1.120.000,00 à Catarina Buzzi e outra pessoa identificada como "Dra"

DO REPÓRTERMT



A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves indícios de um suposto repasse de R$1,12 milhão que teria sido feito à filha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Buzzi, a advogada Catarina Buzzi. Reportagem do jornalista Johanns Eller, do Jornal o Globo, revela que os supostos indícios constam na foto de uma tela de celular que exibia mensagens de uma pessoa identificada como Carlos Chaves para outra pessoa identificada apenas como “Dra”.

“Dra eu transferi para a sua conta e da KATARINA [sic] Buzzi R$ 1.120.000,00. No caso que estamos tratando. A promessa de trabalho era outra e posso provar. Nesse caso como não foi cumprido. Peço de imediato a restituição dos meus valores [sic]. Caso isso não aconteça irei buscar os meios legais da lei [sic] para rever e expor a minha situação. Esperava de vcs o cumprimento do que havíamos tratado. Fico no aguardo do meu ressarcimento imediato”, diz a mensagem.

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Na mesma tela de celular que estava arquivada no celular do lobista, havia um print de uma transferência de R$ 500 mil identificada como “pagamento de honorários”.

Ainda de acordo com o Jornal O Globo, as informações constam em um relatório da PF, que investiga um robusto esquema de venda de sentenças. As investigações foram iniciadas após uma devassa feita no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.

Também através do celular do advogado, a Polícia Federal conseguiu identificar uma rede de lobistas, advogados, empresários e ex-servidores de gabinetes dos ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi. Os empresários Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak, donos da empresa Fource, em Cuiabá, foram apontados pela PF como núcleo central do esquema de venda de decisões judiciais no STJ e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Os ministros não são investigados.

No relatório da PF, o suposto depósito foi destacado no trecho em que a investigação aborda a proximidade entre Haroldo, os gabinetes dos ministros, Andresson e Zampieri. Inclusive, a foto do depósito que estava no celular de Andreson foi feita dias após Catarina Buzzi entrar em contato com Zampieri.

“Dr. Roberto! Tomei a liberdade de pedir seu número ao Haroldo. Agora está na agenda. Foi um prazer reencontrá-lo. Catarina Buzzi”, escreveu a advogada no fim da tarde de 7 de outubro de 2022.

“Boa tarde Catarina. O prazer é todo meu. Obrigado”, respondeu Zampieri um minuto depois.

Segundo a PF, o advogado havia mandado mensagem duas horas e meia antes para Haroldo Augusto Filho perguntando o nome “da filha do ministro”, ao que o dono da Fource respondeu: “Catarina”.

Cinco meses antes dessas mensagens, Haroldo havia se gabado de ser próximo de Marco Buzzi.

O Jornal O Globo procurou a defesa da advogada Catarina Buzzi, que alegou que sua cliente não fez nenhuma transação ou promessa de serviços e nem recebeu qualquer valor dos envolvidos no esquema.

No início do mês, o jornal Folha de São Paulo revelou que a PF pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, relator do caso, o aprofundamento das investigações contra Catarina. O jornal revelou também que o escritório dela funciona em uma sala comercial pertencente à empresa Fource.

Leia a matéria completa em O Globo.

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