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Cuiabá, 10 de Outubro de 2025
10 de Outubro de 2025

09 de Outubro de 2025, 19h:44 - A | A

POLÍCIA / RJ SUSPEITA

Pupin diz que grupo Fource agiu como 'parasita' e desviou R$ 50 milhões

O caso ocorre em meio a um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio

GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT



O empresário do agronegócio José Pupin, que já figurou entre os maiores produtores de algodão do país, denunciou à Justiça supostas fraudes na execução da recuperação judicial bilionária de seu grupo empresarial. Segundo ele, as irregularidades teriam sido praticadas pela consultoria Fource, que, conforme a petição protocolada, teria se infiltrado no processo e passado a agir de forma “parasitária”, controlando o patrimônio e desviando recursos milionários da companhia.

De acordo com a denúncia, que o teve acesso, a Fource, uma consultoria citada em uma investigação da Polícia Federal sobre venda de decisões judiciais, se aproximou do grupo em 2020, oferecendo apoio técnico e financeiro para reestruturação das dívidas. À época, Pupin enfrentava problemas de saúde, o que, segundo a defesa, foi explorado para a assinatura de contratos e de uma procuração pública que deu à consultoria amplos poderes para administrar bens, negociar safras e representar a empresa judicialmente.

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A partir daí, a Fource teria assumido o controle das fazendas e da receita do grupo, realizando arrendamentos, transferências e cessões de crédito sem autorização judicial. Parte dos valores, conforme a denúncia, foi direcionada a fundos e empresas ligadas à própria consultoria, incluindo o AFARE I, Kripta, Roma FIDC e 4SSETS. Entre as movimentações citadas estão R$ 10 milhões referentes à safra 2021/22 e mais de R$ 44 milhões em créditos negociados nos anos seguintes.

Os advogados de Pupin afirmam que, além de administrar o patrimônio, a Fource passou a comprar créditos de credores da recuperação judicial, tornando-se uma das principais credoras do processo, o que configuraria conflito de interesses e fraude à legislação.

A denúncia também relaciona a Fource a um grupo de empresas e fundos supostamente interligados, como Bom Jesus Agropecuária, ABJ Comércio Agrícola, Global Trade, Excel Holding, NPX Participações e Argos Investments, todas controladas por pessoas com vínculo direto com a consultoria.

A petição, protocolada em 30 de setembro de 2025 na 1ª Vara de Campo Verde, pede que o juiz suspenda os contratos e a procuração pública firmados com a Fource, além de determinar investigação sobre o possível desvio de recursos e abuso de poder durante a execução da recuperação judicial.

O caso ocorre em meio a um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio. Apenas no segundo trimestre de 2025, o número de empresas rurais que recorreram ao mecanismo cresceu 31,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do mercado.

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