APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
Um grupo de seis alunas do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), com idades entre 16 e 17 anos, denunciou um professor de Educação Física, de 56 anos, por importunação sexual. O caso foi registrado no campus Coronel Octayde Jorge da Silva, na região central de Cuiabá.
Conforme apurado pela reportagem, pelo menos 24 alunas teriam sido vítimas do professor. Elas são estudantes dos cursos técnicos de Edificações e Agrimensura.
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De acordo com o boletim de ocorrência, o professor filmava e tirava fotos das alunas. Por conta da natureza da disciplina, as estudantes usavam roupas mais justas, como calça leggin. Em uma das ocasiões, conforme o BO, o professor pediu que uma estudante fosse para a aula com “shortinho curto”, o que é proibido pelas normas da instituição de ensino.
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Ainda conforme a denúncia feita à Polícia Civil, durante uma das aulas o professor teve uma ereção em meio aos estudantes. Além disso, toda vez que alguém chegava perto dele enquanto estava fazendo as filmagens, ele abaixava o aparelho celular e parecia intimidado.
Em conversa com o , a mãe de uma das alunas, que pediu para não ter seu nome revelado, contou que há pelo menos duas semanas a coordenação havia sido informada do comportamento suspeito do professor. Apenas na sexta-feira passada, dia 26 de setembro, os responsáveis foram chamados na instituição e comunicados do que estava acontecendo.
"A primeira coisa que eu questionei foi: 'o professor foi afastado, correto?'. Não, ainda não tinha sido afastado. Eu falei: 'espera lá, vocês recebem uma denúncia desse nível, em que os alunos estão denunciando o mesmo assunto, que o professor tira fotos, filma as partes íntimas das crianças e ninguém faz nada?'", questionou.
"Não consigo conceber que uma instituição com a seriedade do IFMT, uma instituição federal, não tome uma atitude", acrescentou.
Conforme o relato da mãe, outras turmas já tinham conhecimento do comportamento do professor. Quando a filha começou a estudar na instituição, uma veterana chegou a alertá-la para “tomarem cuidado” com ele.
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Aos pais, a direção do IFMT informou que o professor em questão seria afastado até a terça-feira (30), apesar de o caso ter se tornado de conhecimento de toda a comunidade escolar na sexta.
"Eu preciso de uma celeridade, de uma agilidade do IFMT para afastar esse cara e não deixar que ele chegue perto das nossas filhas mais", cobrou a mãe.
Por se tratar de instituição federal de ensino, a denúncia será apurada pela Polícia Federal.
Outro lado
A reportagem tentou contato com o professor denunciado, mas as ligações não foram atendidas.
Por meio de nota, o IFMT disse que encaminhou os pais à Polícia Civil e abriu um Processo Administrativo Disciplinar, como prevê os protocolos internos. Disse que manterá o apoio às famílias e conduzirá a investigação interna, sob responsabilidade da Corregedoria.
A nota, que não diz se o professor foi afastado das suas funções, conclui dizendo que o IFMT tem “compromisso com a atuação proativa e rigorosa na apuração de irregularidades, assegurando a devida responsabilização e a preservação da integridade do serviço público”.
Veja a íntegra do posicionamento:
NOTA À IMPRENSA
Acerca dos fatos ocorridos no Campus Cel. Octayde Jorge da Silva, na última sexta-feira (26/09), o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) informa que está acompanhando a situação junto às famílias envolvidas. A Coordenação de Assistência Estudantil (CAE) do Campus recebeu a denúncia contra o docente e adotou imediatamente os protocolos institucionais, que incluem: encaminhamento dos pais/responsáveis à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
O IFMT manterá o apoio às famílias e conduzirá a investigação interna, sob responsabilidade da Corregedoria, para apuração detalhada dos fatos.
A instituição reforça seu compromisso com a atuação proativa e rigorosa na apuração de irregularidades, assegurando a devida responsabilização e a preservação da integridade do serviço público. O IFMT destaca, ainda, que denúncias ou informações relacionadas a má conduta ou irregularidades devem ser registradas junto à Ouvidoria, por meio da plataforma Fala.BR.