FERNANDA ESCOUTO
DO REPORTÉR MT
O policial militar Ricker Maximiano de Moraes, acusado de assassinar a tiros a esposa, Gabrieli Daniel de Sousa, entrou com recurso contra a decisão que rejeitou o pedido de avaliação de sua sanidade mental.
Ricker argumenta que foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide, transtorno mental caracterizado por delírios e alucinações frequentes.
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Para a defesa, o histórico médico comprova a gravidade do transtorno mental que acomete o PM e justifica a instauração do incidente de insanidade mental.
Apesar da tentativa, no começo deste mês a juíza Laura Dorilêo Cândido do Núcleo de Atuação Estratégica (NAE) negou o pedido do militar.
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Para a magistrada, a defesa de Ricker tentou a todo custo adiar uma sessão de julgamento pelo Júri Popular, na qual ele foi condenado a 12 anos de prisão, por tentar matar um adolescente de 17 anos. O crime ocorreu em junho de 2018.
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O Ministério Público Estadual (MPMT) já havia se posicionado contra o pedido do policial, alegando que Ricker nunca demonstrou qualquer comportamento que indicasse doença mental ou que trouxesse dúvidas à sua imputabilidade.
Ainda segundo o MP, o policial vinha participando normalmente dos atos processuais e só há pouco tempo pediu instauração de incidente de insanidade mental para atrasar o andamento da ação.
Tentativa de homicídio
No dia 23 de junho de 2018, Ricker Maximiano atirou nas costas de um adolescente de 17 anos. O crime aconteceu na Avenida General Melo, em Cuiabá.
Segundo investigações, o adolescente voltava para casa com dois amigos, quando viu o PM discutindo com a namorada. Ricker teria se incomodado com a presença deles, mandando que saíssem do local, sacando uma arma de fogo.
Os adolescentes correram e o PM perseguiu os três. Ao perceber que o policial havia parado de correr, a vítima também parou. Neste momento o jovem foi surpreendido com disparos.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o adolescente tinha um pré-contrato com um time de futebol. Devido aos ferimentos causados pelos tiros, ele ficou com sequelas, perdeu o movimento das pernas por um tempo e passou a fazer uso de sonda.
Ainda de acordo com o MP, Ricker tentou forjar uma tentativa de assalto, criando estereótipo de bandido para os jovens.
É por este crime que o PM será submetido ao júri popular, nesta terça, em Cuiabá.
Feminicídio
No dia 25 de maio, Ricker matou a esposa Gabrieli Daniel a tiros na residência do casal, no bairro Praieiro, em Cuiabá, na frente dos filhos de 3 e 5 anos. Após assassinar a mulher, ele fugiu com as crianças.
Horas após o crime, ele se apresentou na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio.
Em depoimento ao delegado Edson Pick, responsável pelo caso, disse que foi uma fatalidade e que estava de cabeça quente.
Ele não disse o motivo que o levou a cometer o crime, pois afirmou que estava sem condições emocionais para responder as perguntas do delegado.
Na audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi encaminhado para uma cela no Batalhão de Operações Especiais (BOPE), onde permanece preso.